O Ministério Público Federal propôs, ontem, uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (foto), PMDB-RJ, à Justiça Federal do Paraná. A argumentação é a de que Cunha é beneficiário direto do esquema de corrupção instalado na Diretoria Internacional da Petrobras e por isso, o MPF quer a cassação dos seus direitos políticos por 10 anos e o pagamento de uma multa superior a 100 milhões de reais. Também são alvos desta investigação a mulher de Cunha, Cláudia Cordeiro Cruz, o ex-diretor da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, o operador que representava os interesses do PMDB no esquema, João Augusto Rezende Henriques e o empresário português Idalécio Oliveira.
O esquema
Os atos ilícitos aconteceram na aquisição pela Diretoria Internacional da Petrobras, de 50% dos direitos de exploração sobre o bloco 4, em Benin, na África, em 2011. Para que o negócio, de aproximadamente 34,5 milhões de dólares, fosse concluído, foi acertado o pagamento de propina no valor de 10 milhões de dólares. Desse total, 1,5 milhão foi destinado para o deputado Eduardo Cunha. Pelas investigações do MPF, a propina foi recebida em contas no exterior titularizadas por trusts e em nome de offshore controladas pelo próprio Cunha.