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O jogo esta sendo jogado e é preciso profissionais

Paulo César de Oliveira
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Hoje começa a semana das especulações. Temos um governo quase findo e um governo quase iniciado. Será, com absoluta certeza, uma semana de muitas especulações, de atividades políticas – aqui entendidas como negociações de todo tipo- e nenhuma decisão administrativa. No máximo uma medida populista aqui e outra ali, na tentativa do governo que, cada dia parece mais vã, de salvar-se. Hoje se instala a comissão que decidirá pela admissibilidade do pedido. A tarefa de relatar ficará com o mineiro Antonio Anastasia (foto). Serão pelo menos quinze dias de uma discussão apenas formal, que deixará o país ainda mais sem governo e que terá como consequência apenas o acirramento dos ânimos. Em nome de uma pretensa ampla defesa, apenas retórica, que se sabe inócua, pois dos vinte e um membros da comissão especial, pelo menos dezesseis senadores aprovam o impeachment, coloca-se o país em estado pleno de especulações e efervescência política desnecessária e inconsequente. Promessas há aos montes de bravateiros de incendiar o país em defesa de um suposto mandato presidencial que, na prática, já não existe. Dilma, todos sabem, não mais governará o país, mesmo que por um fenômeno do além, consiga manter-se no cargo. Não se trata de torcida pela sua saída, mas constatação da realidade que até mesmo os mais sensatos petistas admitem. Insistir na tese da resistência a qualquer preço parece ilógica. Claro que o PT precisa fazer o jogo, mostrar-se vítima, para não sair do episódio com a imagem que tem hoje com a população. Mas se como prometem alguns de seus militantes celerados, donos, não líderes de movimentos, ditos, sociais, estará implodindo pontes que farão falta na tarefa futura de reconquistar a confiança e o voto da população. De outro lado, a oposição precisa ter a sensatez de não agir como criança a provocar o adversário. O momento, diria Tancredo Neves, exige profissionais. Gente com capacidade de fazer o que tem que ser feito, mas de olho no vem pela frente. Esta semana será fundamental para o resto dos dias até que, enfim, chegue o 2018, quando poderemos escolher, pelo voto, os novos governantes.

 

Dilma jogou fora o mandato

Não foi por falta de avisos e conselhos de vários amigos e conselheiros, bons e poucos. Cabeçuda como ela só, não ouviu ninguém. Sei que da passagem do primeiro mandato, um amigo mostrou a ela que, no segundo mandato, teria que ter coragem para ter em seu ministério pelo menos 12 ministros notáveis para angariar confiança do mercado. Os políticos poderiam gritar, mas ela recuperaria a confiança perdida. Porém não quis ouvir ninguém, nem mesmo Lula. Só quando estava no fim. Dizem que no dia que a Câmara aprovou o impeachment, Lula teria tido uma conversa duríssima com Dilma, mostrando que ela tinha perdido o mandato que o PT havia lhe dado. Ou melhor, que Lula lhe deu.

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