A Câmara decidiu agir onde antes empurrava com a barriga. Mesmo tropeçando no rito do caso Zambelli, avançou ao cassar os mandatos de Eduardo Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Carla Zambelli. Não foi gesto de revanche nem caça às bruxas. Foi recado. Mandato não é salvo-conduto para afrontar instituições, esticar a corda da legalidade ou brincar de insurreição retórica. Ao impor limites, o Legislativo ensina — a contragosto de muitos — que política é disputa dura, não algazarra permanente. Houve pressão, gritaria e ameaça de retaliação eleitoral. Ainda assim, o Plenário escolheu cortar na própria carne. Não há heroísmo nisso. Há responsabilidade tardia. Em tempos de radicalismo exibicionista, a Câmara fez o básico: lembrou que a democracia exige freio, regra e consequência. (Foto: Tomaz Silva, Lula Marques, Marcelo Camargo/Agência Brasil)












