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Blog do PCO

O pragmatismo do eleitor

Todo este barulho por causa da PEC das Bondades, que pode ser chamada também de PEC Compra Voto, me fez lembrar de um caso contado por um amigo a alguns anos. Eram os anos 60 e este amigo disputava uma eleição para a presidência do diretório estudantil do Colégio Estadual anexo Serra, hoje Escola Estadual Pedro Aleixo. Meu amigo era aluno do primeiro turno e disputava contra um aluno do terceiro turno que tinha o apoio da disciplinaria do turno que abraçou a sua campanha. Abraçou de tal forma que vivia dando guloseimas para os alunos e pedindo votos para seu protegido. Um dia, em campanha entre as turmas do terceiro turno este amigo foi procurado por um aluno que, alegre lhe revelou: “olha, eu ganhei as balas dela, mas vou votar é em você”. Apurados os votos meu amigo foi eleito, vencendo em todos os turnos. Não sei o que vai acontecer nas eleições, mas conto esta história apenas para lembrar que é melhor não confiar muito no eleitor que, sozinho na cabine de votação, não raramente, sente uma vontade irresistível de trair. E os exemplos não são poucos. Mas, histórias a parte- e cada um de nós tem uma para contar- vamos nos aproximando de uma disputa que, já não há como reverter o quadro, será das mais violentas de nossa história. Nem em 1964, quando também se viu a radicalização religiosa na política que se assiste hoje – se lembram das “Marchas com Deus pela Família”- assistimos a tanta omissão dos que deveriam estar comprometidos com a paz entre as pessoas, desestimulando a violência. Não estamos indo para uma disputa eleitoral. Estamos indo para uma guerra eleitoral que já tem vítimas humanas e, também no ordenamento jurídico do país. Mataram a Constituição com o apoio da oposição e de quem jurou, e é regiamente remunerado, para defendê-la. Tanta agitação, tanta “esperteza” e tanto radicalismo, nos faz prever um futuro complicado para o Brasil. Além de não terem um programa sério para o país, os candidatos, especialmente Bolsonaro e Lula (foto), vivem prometendo implementação de fantasias, com a distribuição de recursos, insuficientes para atender as necessidades das famílias. Como este de 600 reais, valor inferior ao custo de uma cesta básica na esmagadora maioria dos estados brasileiros e que será reduzido a quase nada logo após as eleições. Os benefícios que o governo vai distribuir – com a ajuda da oposição, não esqueçamos – se não atendem as necessidades das famílias, são, porém, suficientes para afundar ainda mais as contas públicas, o que torna ainda mais dolorosa a recuperação econômica do país. Voltamos a ser uma republiqueta latino-americana. Sem dinheiro no bolso. (Foto reprodução internet)

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