Refém da vontade e do “tempo” que os deputados consideram razoável para analisar as matérias de interesse do governo, o governador Romeu Zema está tendo que engolir seco. Para conseguir viabilizar a manobra financeira para garantir os recursos para quitar o pagamento do 13º dos servidores ainda neste ano, ele precisaria votar o projeto que antecipa os recursos do nióbio até a próxima semana. Mas o recado dos deputados foi claro, inclusive com o aval de seus líderes e do presidente da Casa, deputado Agostinho Patrus: eles vão votar quando acharem que o assunto se esgotou e esse prazo é até 18 de dezembro. Ou seja, se os servidores não pressionarem, o !3º só deve ser pago no ano que vem.
Sem ataques
O governador Romeu Zema (foto) evitou bater de frente com os deputados e deixou a cargo do secretário do Planejamento, Otto Levy, as explicações de como funciona o mercado e do tempo de no mínimo três semanas de operações na Bolsa de Valores, para o Estado conseguir realizar a operação de crédito, se houver interesse das instituições financeiras. Se for mantido o prazo estipulado pelos deputados, de votar a matéria até 18 de dezembro, não haverá 13º. Mas os deputados não tem que se preocupar com isso, o deles está garantido.
Ajuste fiscal só no ano que vem
Mesmo com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Estado, os deputados decidiram deixar para o ano que vem a análise dos projetos que tratam da autorização para o acerto de contas com a União. Sem querer pressionar os deputados para evitar que os projetos fiquem parados na Casa, o governador optou por um discurso mais político e afirmou que “Minas parou de caminhar no sentido do precipício e está começando a caminhar no sentido de equilibrar sua situação, mas muito ainda está por ser feito”. Mas deixou claro que esse equilíbrio é tênue e a qualquer momento pode sofrer um revés.