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Olavo Machado diz que governo decepciona ao aumentar impostos

A declaração do presidente Michel Temer, que acha natural a reação dos empresários, após o aumento da alíquota de PIS e Cofins sobre os combustíveis foi rebatida pelo presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Olavo Machado Jr. Ele concorda que é normal o empresário reclamar sim e faz parte de quem tenta produzir, porém não é uma reclamação sem procedência. É uma reclamação de quem vê sendo colocados cada vez mais obstáculos para quem quer produzir. Para Olavo Machado (foto), a expectativa no governo era grande, porque o presidente Michel Temer teve coragem, apertou e fez uma reforma trabalhista, que apesar de não ser perfeita, foi um alento para quem quer empreender e que certamente criaria mais empregos. Quando ele vem da maneira simples e direta aumentar impostos, o que ele não fez? Ele não procurou fazer com que o país fosse mais eficiente, ele não procurou fazer com que o governo pudesse cortar nas suas empresas.

 

Aumento de combustível afeta cadeia produtiva

Para Olavo Machado, muitas medidas poderiam ser tomadas antes de se aumentar impostos. Além disso, o aumento do preço do combustível afeta toda a cadeia produtiva “Eles não fizeram primeiro aquilo que nós empresários temos feito todo dia que é cortar custos e cortar mais custos para nos tornarmos competitivos. O governo não tem essa preocupação. Por decreto ele determina que assim será feito e o déficit que ele tem, pela ineficiência do governo, será pago através do sacrifício de todos. Isso vai atrasar a nossa retomada de crescimento, isso vai fazer com que o país demore cada vez mais a alavancar a economia e o que precisamos efetivamente é aumentar a produtividade, em todos os setores. Nós temos que aumentar a produtividade para gerar mais recursos e para pagarmos mais impostos, mas pelo aumento da produção e não por um decreto que aumenta a alíquota”.

 

Aumentar impostos não é o caminho

O aumento, o mínimo que seja, não é o caminho, no entendimento de Olavo Machado. Para ele, a questão não é o tamanho da alíquota, mas a filosofia que está sendo colocada. É esconder a ineficiência através da penalização de todos. Não é indignação, porque o empresário entende que não é fácil ser governo. É decepção. Ele disse que os empresários esperavam mais, e justamente por eles terem visto o esforço que o presidente Temer está tendo para resolver problemas mais sérios que impediam a produção e, de repente, o governo vai para o lado mais fácil, porque simplesmente, aumentando impostos ele fecha as contas. Mas, mais importante do que fechar as contas é criar mais empregos. Olavo Machado entende que é preciso aumentar a eficiência no país, é isso que está nos faltando. “Quando vemos uma decisão como esta, ficamos decepcionados. Será que com todo esforço que as empresas têm feito, vai ser pelo caminho fácil de aumento de imposto que nós vamos resolver o problema? A realidade é que cada vez mais nós não podemos confiar em governos” questiona o empresário.

 

Refis ajuda e impostos atrapalham

A possibilidade de as empresas fazerem a regularização de créditos tributários no âmbito federal e estadual, com o Refis foi efetivamente um alento para que as empresas que estão precisando do Refis, segundo o presidente da Fiemg. Essa situação acontece, segundo ele, porque foi o próprio governo que não pagou o que devia. As grandes empresas do governo é que não pagaram as empreiteiras. A situação foi agravada com a Lava Jato que, para o empresário, destrói toda a economia. Não que as investigações da Lava Jato não sejam necessárias, elas são, mas destroem toda a economia e diante dessa situação, difícil entender é alguns falarem que o Refis é um absurdo. Para ele, o Refis é a expectativa positiva para que as empresas possam voltar a trabalhar e para o próprio governo ter as suas contas habilitadas para tal. “Na hora que se faz isso, e se aumenta os impostos, aquilo que se alavancou para frente puxa para trás. O país não consegue crescer se ele dá um passo para frente e dois para trás. E é isto que está acontecendo. Com o Refis ele deu a possibilidade das empresas trabalharem, mas com o aumento de impostos fica uma carga mais pesada. E quem vai pagar? O cidadão, segundo Olavo Machado, que completa que “não tem jeito, não tem mágica. Tudo que você aumenta em logística reflete em toda cadeia produtiva”.

 

Governo devia cortar despesas

A expectativa que o setor produtivo tinha era a de que o governo seria mais presente no corte de despesas. Outra medida poderia vir das negociações em relação as dívidas dos bancos, além de diminuir as taxas de juros, que “nós pagamos de uma maneira perversa”. A grande realidade, segundo Olavo Machado, “é que os bancos continuam tendo algum privilégio, principalmente os internacionais, enquanto isto, a economia não arranca porque nós ficamos manietados pelos juros e pelos custos financeiros que nos impõe. Nós acreditávamos que o Meirelles, por ser de banco, ele conseguiria fazer com que tivéssemos valores mais domesticados para podermos melhorar a nossa economia e antes de aumentar qualquer imposto, tudo aquilo que poderia ter sido feito no governo, para diminuir as despesas que ele fizesse. Mas são tomadas de decisões ridículas como as do passaporte, já que todos para tirar o passaporte têm que pagar, e o governo vem falar que não tem dinheiro para fazer os passaportes. Falta é gerência, gente com coragem para tomar decisão certa no governo e infelizmente, pelas dificuldades impostas pela economia e pela política, nós vemos o presidente Temer que nos alentou com as reformas, tomando medidas que destrói tudo o que ele fez”.

 

Temer acha que decepção vai passar

A reação de presidente Olavo Machado foi a uma fala do presidente Michel Temer, que disse compreender a reação contrária de representantes do setor industrial ao aumento de tributos sobre os combustíveis. Para Temer “ninguém quer tributo”, mas o aumento é fundamental para manter o crescimento do país e a meta fiscal.  “É uma natural reação econômica, ninguém quer tributo. Quando todos compreenderem que é fundamental para incentivar o crescimento, para manter a meta fiscal, para dar estabilidade ao país e para não produzir nenhum ato que seja fantasioso ou enganoso para o povo, essa matéria logo será superada”, disse em entrevista após participar da sessão plenário da reunião de Cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina. Segundo Temer não está em discussão o aumento de outros impostos. “Não há previsão disso. Por enquanto a área econômica está atenta a isto apenas para esse aumento. Não sei se haverá necessidade de mais ou não. Haverá naturalmente diálogo e observações sobre isso, mas agora não”.

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