São os primeiros dias da campanha, mas já dá para ficar assustado. Pelo que se viu até aqui, teremos uma campanha de péssimo nível, com candidatos despreparados e sem propostas com um mínimo de consistência. Não que propostas, planos de governo e posição ideológica seja mesmo importante para a grande massa do eleitorado. Os critérios do eleitor para definir seu voto são os mais estranhos, baseados geralmente na possibilidade de ganhos pessoais ou, e as pesquisas têm mostrado isto novamente, na crença da escolha de um grande pai, normalmente alguém com discurso raivoso. Alguém, como diria Collor de Mello, de “saco roxo”, capaz de impor sua vontade sobre tudo e sobre todos. Os critérios para a escolha de parlamentares não são muito diferentes. Competência, seriedade são detalhes apenas. Basta uma olhada nas Casas Legislativas de todos os níveis para se ver o nível da escolha que, infelizmente, piora a cada eleição. Não tenham dúvidas, este ano vamos conseguir piorar o nível de nossa representação e nada indica que será diferente nos Executivos. Vivemos uma entressafra de lideranças políticas como nunca se viu no país. Não há renovação, o que se explica também pela apatia e irresponsabilidade do eleitor que não valoriza o seu voto. Pessimismo? Não, realismo. Nada indica que , com esta eleição, vamos conseguir melhorar a crise no país. Nada indica que teremos no governo pessoas com capacidade de realizar as reformas necessárias. Não se enxerga na disputa alguém com liderança para levar adiante um projeto sério para o país. Enquanto isto não muda, vamos tocando em frente, ou melhor, ficando parados, quando não retrocedendo, com o que temos.
Os primeiros sinais são de desanimar
