A reforma da Previdência proposta pelo presidente Jair Bolsonaro é a que mais ataca os privilégios da elite do funcionalismo público. E é ela, justamente, que têm poder, para fazer pressão e ameaças. Esses privilégios foram conseguidos durante a formulação da Constituição de 1988 e os representantes deste grupo ficaram de plantão para garantir não só a estabilidade no serviço público, como também os benefícios, que os distancia do restante dos trabalhadores brasileiros e os colocam como a elite do funcionalismo público. Essas questões foram apresentadas ontem pelo ex-ministro da Previdência, Roberto Brant (foto), no almoço-palestra do Conexão Empresarial de março, evento promovido pela VB Comunicação, no Espaço V, em Nova Lima.
Imprudência
Apesar da importância das propostas apresentadas pelo governo na reforma da Previdência, Roberto Brant vê alguns pontos como “imprudentes”, e que podem ser modificados sem perdas para o governo, mas que podem prejudicar a narrativa, ou a defesa da proposta. “Se os membros da equipe do economista Paulo Guedes tivessem conversado com alguns setores, teriam evitado esses erros, que estão servindo de munição para os que não querem a votação da reforma e que adotaram o discurso de que ela prejudica os mais pobres”.
Popularidade abalada
Na conversa com empresários, políticos e representantes da sociedade no Conexão Empresarial, Brant advertiu que o presidente Jair Bolsonaro precisa agir rápido para conseguir reunir uma base consistente para aprovar a reforma. Para ele, muitos parlamentares evitam se posicionar em relação a reforma, temerosos em ter a popularidade abalada e perder votos. Roberto Brant lembra que o Brasil é o único país do mundo que gasta metade de todos os impostos só para pagar a Previdência. Ele adverte que, se não fizermos a reforma da Previdência, o país ficará, rigorosamente, sem futuro e corre o risco de se tornar um país pobre. O Conexão Empresarial tem o apoio da AluClass, Anglo American, Lor Consultoria- Seguros e Benefícios, Pad, Usiminas e Valspe e conta com a parceria da Band, Itatiaia, JChebly e jornal O Tempo.