O governador Fernando Pimentel (foto) reclamou ontem da concentração dos esforços, pela Polícia Federal, nas operações em que está envolvida, como a Lava Jato, deixando de lado ações importantes como nas fronteiras. Um exemplo, segundo ele, foi a mobilização de 100 policiais para prender o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, sem necessidade. A ausência da PF e do Exército nas fronteiras, será debatido nos dias 17 e 18, no Acre. Pimentel disse que a conversa seria inicialmente entre os governadores da Amazônia Legal e ele iria como convidado, mas sugeriu que o encontro fosse mais amplo, com participação, inclusive, do presidente Michel Temer, da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia e representantes dos países limítrofes com o Brasil. Para Pimentel, é preciso que o controle das fronteiras seja levado mais à sério, já que é por ali que entram as armas e drogas. “Se isto não acontecer, não haverá como conter o surto de violência no país, que pode se tornar uma Colômbia dos anos 80, com um quadro de violência devastador”, advertiu.
Luto de três dias
Fernando Pimentel esteve ontem em Janaúba, onde ocorreu a tragédia envolvendo o vigia, que ateou fogo ao próprio corpo e matou quatro crianças e uma professora em uma creche na cidade. Após a sua passagem pela cidade, o governador decretou luto oficial de três dias em Minas Gerais. “Nós estamos todos muito chocados e sensibilizados com esse episódio terrível de Janaúba. Agora eu quero e vou estar pessoalmente na cidade para levar solidariedade e uma palavra também de consolo a essas famílias vitimadas por essa tragédia terrível. Que Deus console a todos e nos dê conforto nesta hora”, disse o governador ao deixar um encontro em Aimorés, organizado pelo governo, para viajar para Janúba. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes, divulgou nota em que lamenta a tragédia. “Venho, em nome do Poder Legislativo mineiro, manifestar profundo pesar pelo trágico acontecimento e a minha solidariedade para com a comunidade de Janaúba, muito especialmente para com as famílias atingidas por uma dor para a qual não haverá medida. Minas Gerais, ferida em sua essência, está de luto”. O presidente Michel Temer usou a sua rede social para lamentar a morte das crianças e “ expressar a minha solidariedade às famílias. Eu que sou pai imagino que esta deve ser uma perda muitíssimo dolorosa. Esperamos que essas coisas não se repitam no Brasil”.