Logo
Blog do PCO

Pimentel fala em justiça e atropelos da lei

O PT e o governador Fernando Pimentel tiveram ontem seus dias de vidraça em Ouro Preto, nas comemorações da Inconfidência Mineira. Depois de muitos anos na parte de fora do palanque, xingando e vaiando, e até baixando as calças e mostrando “os fundos” para as autoridades como forma de protestar, os petistas foram vaiados e ouviram um panelaço contrário à corrupção e a alguns dos homenageados com a medalha. Pimentel foi chamado de traidor por professores que reclamavam contra o não cumprimento da promessa de pagar imediatamente o piso salarial da categoria. O governador, no entanto, procurou manter a calma diante das vaias, que alguns de seus assessores se apressaram em atribuir a alas radicais do PSTU. Minimizou as vaias dizendo que preferia ouvi-las a ouvir o silêncio da Praça Tiradentes nos últimos anos, lembrando que a população não tinha acesso à praça onde são realizadas as homenagens a Tiradentes no 21 de abril. O governador, que havia anunciado o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, como orador oficial, acabou assumindo a tarefa. Em seu discurso, Pimentel fez menções a Milton Campos, Tancredo e Juscelino, como exemplos de políticos mineiros que se empenharam em defesa da democracia. Sobre Tiradentes disse: “a história desse homem nos ensina que, quanto mais seletiva for a punição, mais coletiva será a impunidade. A conveniência política, momentânea, desequilibrada, não patrocina a justiça. Ao contrário, é a irmã do arbítrio e a mãe da injustiça. Tiradentes é exemplo disso”, ressaltou Pimentel (foto). Foi a introdução de uma defesa velada de seu partido e dos políticos aliados do Governo Federal, envolvidos nas investigações de corrupção. Dirigindo o olhar ao presidente do Supremo, ministro Lewandowski, lembrou de sua própria posição de réu, quando de suas ações contra a ditadura militar. “É a preocupação de quem já foi réu, julgado e condenado pelas leis de exceção do regime autoritário, e que hoje, abençoado pela democracia e ungido pelo voto popular, ocupa o mais honroso posto que um mineiro pode almejar: o de governador de nosso Estado”, disse Pimentel. Ainda segundo Pimentel, não se pode atropelar, “pela ansiedade do condenar e execrar”, o processo penal. “Todo réu é inocente até que sejam esgotadas todas as possibilidades de defesa. Há tempo de acusar, há tempo de defender, mas o tempo de justiça deve ser guiado pelo eterno”, completou seu discurso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *