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Blog do PCO

Pimentel usa o discurso para fazer desabafo em Ouro Preto

Preocupado com os rumos das investigações das operações Lava Jato e Acrônimo, o governador Fernando Pimentel aproveitou a cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, para falar de perseguição e dos sinais de radicalismo e ameaças aos direitos individuais. Pimentel falou em perseguições políticas e na teia de acusações que lembram as alcovas da conjuração mineira. “As acusações, quando a serviço de estratagemas, morrem; os acusadores morrem; mas a injustiça contra as vítimas da acusação infundada é incontrolável, e irreparável. Por isso o devido processo penal não pode ser atropelado pela ansiedade de condenar, de execrar, de justiçar”, emendou Pimentel em seu discurso. O país precisa, segundo o governador, de uma reconstrução em que o sistema jurídico perfeito não é aquele que “se alimenta de estardalhaço”, mas o que não teme buscar “silenciosamente” as provas “e não apenas versões”. O justiciamento e não a Justiça, ficam mais evidentes.

 

Medalha da Inconfidência

Criada em 1952 por Juscelino Kubitschek, para homenagear personalidades que de uma forma ou de outra colaboraram com Minas Gerais, a “Medalha da Inconfidência’ tem quatro graus: Grande Colar, Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência. Neste ano, 130 dos 171 agraciados foram em Ouro Preto. Pimentel pretendia ter como orador oficial o ex-presidente Lula, mas acabou mudando o roteiro devido as denúncias contra o ex-presidente. O governador decidiu, então, aproveitar a cerimônia para prestar uma homenagem ao ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela.

 

Denúncias esvaziam cerimônia em Ouro Preto

As delações na operação Lava Jato afastaram boa parte dos homenageados ontem, com a Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto. Dos cinco governadores convidados, apenas Renan Filho, de Alagoas, apareceu para receber a comenda. Os governadores Flávio Dino (PC do B do Maranhão), Rui Costa (PT da Bahia), Camilo Santana (PT do Ceará) e Tião Viana (PT do Acre) preferiram ficar longe das comemorações. Dos governadores convidados, apenas o do Ceará não foi citado na Lava Jato. Outra ausência comentada foi a do deputado federal Fábio Ramalho, vice-presidente da Câmara e coordenador da bancada mineira, que nos últimos meses se aproximou do governador Fernando Pimentel e que tem ajudado na intermediação com o governo federal na pauta de reivindicações do governo de Minas. Dos artistas convidados, apenas a cantora Fernanda Takai e o Skank Samuel Rosa, figuravam entre os mais expressivos em Ouro Preto, mas foi o técnico do Cruzeiro, Mano Menezes, o único a ser aplaudido pelos poucos populares que assistiram a cerimônia.

 

Manifestantes ficaram longe da cerimônia

A maioria dos manifestantes dos movimentos sociais que foram a Ouro Preto não conseguiu chegar até a Praça Tiradentes, onde aconteceu a cerimônia de entrega da medalha pelo governador Fernando Pimentel. Nem a presidente da CUT Minas Beatriz Cerqueira, que estava entre os homenageados, chegou ao local do evento. Ela disse que não se sentiu à vontade de participar da cerimônia devido a presença dos policiais militares, que chamou de aparato repressivo, que impediu a entrada dos professores à Praça Tiradentes sem passar pelos detectores de metal e sem a revista comum nesses eventos. Os poucos que conseguiram chegar ao local gritaram Fora Temer e se manifestaram contra a reforma da Previdência e a trabalhista.

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