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Presidente da Assembleia provoca Pimentel ao aceitar pedido de impeachment

Se alguém ainda tinha dúvidas de que o relacionamento entre o governador Fernando Pimentel (PT) e o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB), está em crise, não tem mais. É o próprio líder do governo, deputado Durval Ângelo (PT), que faz a lista dos assuntos que vêm irritando o emedebista. Alguns deles acabaram explodindo no colo do governador, que passa pelo constrangimento de ver a Assembleia aceitar um pedido de impeachment contra ele. Primeiro foi o atraso, em março, no repasse do duodécimo ao Legislativo, o repasse mensal obrigatório feito pelo governo, com base no orçamento anual do Estado. Depois foi a decisão do ex-presidente Lula de determinar à ex-presidente Dilma Rousseff que mudasse seu domicílio eleitoral para disputar uma vaga no Senado por Minas Gerais. Adalclever Lopes (foto) tinha expectativa de disputar a vaga como candidato único da coligação. Durval alega que pequenas coisas foram se acumulando. A gota d’água foi o boato de que o secretário da Casa Civil, Marco Antônio Rezende Teixeira, iria ocupar a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas, na vaga aberta com a morte da conselheira Andriene Andrade. O MDB quer a vaga.

 

Sem motivos

Durval Ângelo se disse surpreso com o acatamento do pedido de impeachment de Pimentel, uma peça puramente eleitoral, segundo ele. Pelo bom relacionamento entre PT e MDB nos últimos 14 anos, o líder do governador acreditava que o assunto não fosse passar. Agora trabalha para unir novamente na mesa de discussão Pimentel e Adalclever, que segundo ele, mantém uma relação fraterna. Durval esclarece que os dois não estão rompidos “de jeito nenhum”. Durval apela para o bom senso dos membros da Comissão Especial que ainda será criada para avaliar o pedido de impeachment e avisa que não vai acontecer em Minas o golpe que aconteceu nacionalmente. A denúncia contra Pimentel foi apresentada pelo advogado Mariel Márley Marra, que acusa o governador por crime de responsabilidade pelo atraso no salário dos servidores públicos do estado.

 

Pimentel divulga nota

O governador Fernando Pimentel divulgou uma nota em que alega que o momento não é para aventuras políticas que coloquem em risco a estabilidade conquistada em Minas Gerais e reconhece que a análise do pedido de impeachment é “uma prerrogativa dos parlamentares mineiros, que saberão analisar o caso com a prudência necessária, respeitando rito e regras próprios estabelecidos pelo regimento interno da Assembleia Legislativa”. Pimentel também se mostra aberto “ a concertação e o diálogo construídos até aqui entre as instituições estaduais continuam sendo o caminho mais seguro para a superação de qualquer divergência”.

 

 Jantar a dois

O vice-governador Toninho Andrade – que preside o MDB em Minas – jantou anteontem com o presidente da Assembleia, deputado Adalclever Lopes. Entre uma garfada e outra discutiram o quatro político em Minas e a candidatura própria que do MDB. No entanto, há quem garanta que com os últimos acontecimentos – o pedido de impeachment – tudo pode mudar. O mais certo para alguns é que o MDB continuará alinhado ao PT.

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