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Blog do PCO

Preso, Vaccari perde o cargo no PT

Depois de negar por vários dias a possibilidade de mudança, o PT anunciou ontem o afastamento de João Vaccari Neto (foto) da tesouraria do partido. Vaccari foi preso na manhã de ontem, pela Policia Federal, em São Paulo, dentro da chamada 12ª fase da Operação Lava Jato, sendo imediatamente transferido para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Em nota assinada pelo presidente nacional da legenda, Rui Falcão, o PT afirma que pedido partiu de Vaccari “por questões práticas e legais”. O tesoureiro é apontado pelas investigações como o principal operador do PT no escândalo de corrupção na Petrobras, e teve prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sergio Moro.

 

Sem mudar a forma de defesa

Na nota que comunicou o afastamento, o partido recorreu à velha prática de criticar a Justiça, como forma de se defender. “A detenção de João Vaccari Neto é injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado”, disse Rui Falcão na nota. Apesar de o partido afirmar que foi o próprio Vaccari que pediu o afastamento, o anúncio foi só foi feito após reunião do ex-presidente Lula da Silva com o presidente do partido, em São Paulo. A reunião foi, convocada às pressas, logo após a prisão do tesoureiro. O PT fez o mesmo com o ex-tesoureiro Delúbio Soares, anunciando ter partido dele a decisão do afastamento logo após estourar o escândalo do “mensalão petista” em 2005. À época parte da Executiva petista chegou a propor a expulsão de Delúbio, mas temendo a possibilidade de ele se vingar, contando toda a verdade, o comando petista resolveu afastá-lo “a pedido” Dois meses depois a expulsão acabou acontecendo.

 

O esquema da propina que vira doação legal

Vaccari, novamente o tesoureiro, foi preso em São Paulo. A mulher dele, Giselda Rousei Lima, foi ouvida ainda na casa do casal. O agora tesoureiro afastado Vaccari foi apontado por delatores do petrolão, como o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, como um operador de propinas para o PT. Em seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, Barusco disse que o tesoureiro petista recebeu, em nome do partido, de 150 milhões a 200 milhões de dólares em propinas de 2003 a 2013, por meio de desvios e fraudes em contratos com a Petrobras. Dois empreiteiros presos na Lava Jato, Eduardo Leite (Camargo e Corrêa) e Gerson Almada (Engevix), também relataram em depoimentos à Justiça Federal que Vaccari pedia que os pagamentos de propina ao partido fossem dissimulados na forma de doações eleitorais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Leite, Vaccari sugeriu que ele depositasse em contas de campanha cerca de 10 milhões de reais cujo repasse estava “atrasado”, em 2010.

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