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Qual será o tamanho político de Temer após as acusações?

Paulo César de Oliveira
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Ao final da semana, qual será o tamanho político do presidente Temer? É quase consenso de que, como na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ele saia vitorioso em plenário, em votação que deve se iniciar na quarta-feira e que se livrando das ameaças de perder o cargo. Portanto, a questão não é tanto se ele fica ou se sai. A questão é como fica e o que poderá fazer até o final de seu mandato, em 31 de dezembro de 2018. A dúvida é absolutamente pertinente pois não se sabe o que ele acertou com parlamentares, individualmente e no coletivo através das lideranças de bancadas, para conseguir os votos favoráveis. Liberação de emendas parece agora ser o preço menor que o país, não Temer (foto), terá que pagar a um Legislativo inteiramente desmoralizado que, às vésperas de nova eleição, tenta posar de galo de briga. E tenta fazer isto da forma mais torpe, ameaçando deixar o presidente no cargo, mas sem poder para governar. Uma simples figura decorativa até que venha o próximo ocupante da cadeira. Oposicionistas, todos, e situacionistas, muitos, alertam para o fato de que o presidente certamente terá um apoio menor do que teve na votação da primeira denúncia, sinalizando que terá dificuldades em aprovar “projeto de interesse do Planalto”. A fala de parte da base e até da oposição soa com um convite para a reabertura, quanto mais rápido melhor, da mesa de negociatas. Soa assim por não ter sentido carimbar como de interesse do Planalto os projetos ou MPs enviadas ao Congresso. Deputados e senadores não receberam das urnas um mandato para votarem no que é interesse do presidente ou do governo que, eventualmente, ocupa o Planalto e os ministérios. Parlamentares estão no Senado, na Câmara Federal, nas Assembleias e nas Câmaras Municipais para votarem, aprovando ou não, aquilo que consideram do interesse do país, dos estados e dos municípios. Estão também, não se esqueçam disto, para fiscalizarem as ações de governo, o que sistematicamente se recusam a fazer. O que o país espera é que, se Temer ficar, como nesta altura até parece melhor, seja retomado a rotina normal de trabalho e, principalmente, que os nossos parlamentares trabalhem votando aquilo que importa, não aquilo que dá voto. Que não sejam pusilânimes. Que aprovem ou recusem o que é importante para o país, não apenas para seu grupo de eleitores. Ou, então que façam aquilo que ensina a letra do hino dos boêmios: “se és covarde, saia da mesa”.

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