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Blog do PCO

Sem Lula, como ficam as campanhas?

Até aqui, apenas pancadarias, o que, convenhamos, não chega a ser nenhuma surpresa. Entre nós as campanhas eleitorais são assim. Sem propostas, os candidatos ocupam seus espaços tentando desconstruir seus adversários. Querem ser os menos ruins, não os que têm as melhores propostas. É bem verdade que os eleitores também não se interessam em conhecer o que pensam os candidatos. Adoram xingamentos. Mas mesmo que não sejam mudanças tão profundas, as campanhas, a partir desta semana vão ganhar um novo formato e discurso. A saída de Lula do processo deixa, como admitem seus adversários, o quadro mais definido. Cada um sabe agora com quem está disputando, mesmo que o ectoplasma de Lula (foto) possa surgir em programa de alguns candidatos. Aliás, esta é outra questão indefinida: como poderá ser utilizada a imagem do ex – presidente nas inserções do horário eleitoral. Claro que serão imagens antigas, pois ele não terá como gravar novas participações. Estará, portanto, ausente dos palanques atuais e, por mais que os marqueteiros e petistas queiram, não há ninguém que fale por ele. Lula decidiu sim eleições, como as de Dilma, mas com participação direta, não através de porta voz. É que ninguém o representa, até por ele não permitir que isto ocorra. Lula nunca permitiu o surgimento de uma outra liderança forte dentro do PT. Ele é o tipo “político mangueira”, como falam no interior de Minas. É que na sua sombra não nasce nada. O custo deste comportamento se medirá nestas eleições. O que fazer agora é o que preocupa os petistas. Mas não apenas eles. Os adversários de Lula estão igualmente meio perdidos. Vão precisar esperar diante do tabuleiro do xadrez político, como as peças do lulismo serão mexidas. Vão precisar acompanhar, quase diariamente, a migração dos votos do líder preso. Esta migração estará diretamente ligada ao sucesso do processo de vitimização de Lula, teatro que envolveu até mesmo favores de organismos internacionais. É o surrado, “se colar, colou”. Se não colou, não cola mais. Esta é a grande dúvida dos que armaram suas campanhas confiando na presença de Lula. Mesmo que de seu ectoplasma apenas.

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