Esta será uma semana decisiva para o futuro do Governo Lula. Não apenas em redação a votação de projetos que já estão no Legislativo, mas, e principalmente, quanto a governabilidade do país nos próximos anos. Eleito sem ter uma maioria parlamentar como teve nos mandatos anteriores, conquistada a custo bem menor do que se cobra hoje, o presidente enfrenta uma oposição radical, que ainda fala em comunismo e se utiliza da questão religiosa para pressionar politicamente o presidente. Até aqui, o que o governo conseguiu aprovar foi com base na política do “toma lá, dá cá”, negociando cargos e liderando emendas pouco recomendável em troca de votos. Mas nesta semana o preço está mais alto. A votação do nome do ministro Flávio Dino (foto/reprodução internet)para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal, enfrenta grande resistência e está previsto um pesado debate no plenário do Senado nesta quarta-feira quando haverá a sabatina do indicado. Ontem, buscando dar peso popular à tentativa de barrar, a turma da oposição em sua maioria ligada a grupos religiosos promoveu manifestação em várias cidades do país, pedindo a rejeição da indicação. Os governistas estão preocupados, mas confiantes num bom resultado já que passaram as duas últimas semanas em negociações na Câmara e no Senado buscando, não se sabe a que preço, os votos necessários à aprovação. Se a oposição conseguir travar a indicação de Dino o governo terá uma derrota política que põe em risco dezenas de outras indicações para cargos em tribunais e outros setores e na votação de vários projetos e vetos que estão em análise no Congresso. Há muito a ser votado, inclusive o orçamento do ano que vem. Se o orçamento de 2024 não for aprovado a tempo, Lula governará o país com o mesmo orçamento de 2023. E o Congresso entra em recesso no próximo dia 23. Vai custar caro ao país.
Semana decisiva para o governo Lula
