Blog do PCO

Senado pode decidir ainda hoje o afastamento de Dilma

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE

O ministro chefe da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo (foto), começou a cumprir, ontem, a promessa de judicialização do processo de impeachment “até o fim”. E começou impetrando um mandado de segurança, com pedido de liminar, tentando suspender a tramitação do processo de impeachment da presidente no Senado. O pedido se sustenta na surrada tese de que o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha conduziu o processo com desvio de finalidade, pois procurava com seus atos se proteger de processos no Conselho de Ética e de acusações de crimes de corrupção em apuração no STF. Cardozo alega ainda que Cunha deu andamento ao pedido de impedimento da presidente por razões pessoais, procurando vingar-se do PT que se recusou a protegê-lo da acusação de quebra do decoro parlamentar. “A verdade é que se não fosse Eduardo Cunha este processo simplesmente não existiria” afirmou o chefe da AGU em entrevista após propor o mandado no Supremo. A relatoria do mandado ficou com o ministro Teori Zavascki. Enquanto a Procuradoria-Geral da União busca as vias judiciais, o processo de impeachment segue em andamento no Senado. Hoje o Plenário da Casa começa a debater o relatório do senador Antonio Anastasia aprovado pela comissão especial que defende a instauração do processo de impedimento que poderá levar à cassação do mandato da presidente. Os trabalhos começam as 9 horas da manhã, se o STF não acolher o mandado de segurança proposto pela AGU, com a leitura do relatório. Depois cada senador que quiser falar, aceitando ou recusando a admissibilidade do processo, terá até 15 minutos para usar a tribuna. A expectativa é de que pelo menos 60 dos 81 senadores se inscrevam para manifestar opiniões. Antonio Anastasia também terá quinze minutos para defender seu relatório e o ministro José Eduardo Cardozo encerra os debates fazendo a defesa da presidente. Apesar da votação estar prevista para acontecer nesta noite, o mais provável é que ela ocorra mesmo ao longo da quinta-feira. Se aprovada a continuidade do processo a presidente Dilma será imediatamente afastada do cargo, assumindo interinamente por até 180 dias, o vice Michel Temer. A previsão é de que o processo de impeachment deverá se arrastar pelo menos até setembro, quando acontecerá a votação final. Se Cardozo cumprir o que prometeu, a discussão continua no Supremo. Ontem a presidente Dilma deu mostras de que está mais realista do que seu auxiliar. Ela mandou cancelar a cerimônia de descida da rampa quando deixar o Planalto para esperar, fora do cargo, no Alvorada, o desenrolar do processo. Já considera a derrota como irreversível nesta fase inicial.

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.