O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foi condenado ontem por crimes investigados pela Operação Calicute, um dos desdobramentos da Lava Jato. Cabral foi condenado a 45 anos e 2 meses de reclusão, além de multa, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa. Segundo denúncia da Operação Calicute, o esquema desviava verbas dos contratos do governo do RJ com empreiteiras. Além de Cabral, a sentença do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal também condena outras 11 pessoas por participação no esquema. A esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, foi sentenciada a 18 anos e 3 meses de prisão. Cabral foi preso em novembro e atualmente está em Benfica, no presídio onde ficava o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP). Já Adriana Ancelmo, que foi condenada pela primeira vez nesta quarta, cumpre prisão domiciliar em seu apartamento no Leblon. Na sentença Cabral (foto) é descrito como “idealizador do gigante esquema criminoso institucionalizado no âmbito do Governo do Estado do Rio de Janeiro, era o chefe da organização, cabendo-lhe essencialmente solicitar propina às empreiteiras que desejavam contratar com o Estado do Rio de Janeiro, em especial a Andrade Gutierrez, e dirigir os demais membros da organização no sentido de promover a lavagem do dinheiro ilícito”.
Sentença fala em violência
Advogado de Cabral, Rodrigo Rocca, afirmou que a sentença é uma “violência contra o Estado democrático de Direito”: “A sentença é uma violência contra o Estado democrático de direito e só reforça a arguição de suspeição que nós já fizemos contra o juiz que a prolatou. A condenação do ex-governador Sérgio Cabral pelo juiz Marcelo Bretas já era esperada, todo mundo sabia disso, e tanto sabia disso que nós já vínhamos preparando recurso de apelação para os órgãos de jurisdição superior, onde os ânimos são outros e a verdade tem mais chance de sobrevivência.”