Atracamos no porto de 2022. Somos sobreviventes de mares revoltos, de ondas gigantes, de monstros submarinos. Muitos, milhares, incontáveis ficaram para trás. Vidas foram ceifadas e foram os poucos os barcos que conseguiram completar a travessia com carga completa. Estamos atracados diante de um mar de incertezas. A viagem tem que ser reiniciada o mais rápido possível e nem sabemos que direção tomar. O mundo é um mar de incertezas. Nós aqui, na terra abençoada por Deus, não estamos em melhor situação. Perdidos na escuridão de um mar revolto, sem uma luz que nos sinalize um rumo, sem uma liderança capaz de iniciar a travessia. Para nós, 2022 é um ano de inseguranças e incertezas em relação as mudanças internas. Este é um ano de troca de timoneiro – se é que temos algum atualmente- para que, em 2023, aí sim, possamos ter uma carta náutica que possa nos conduzir mar adentro, até nosso futuro que ainda precisa ser construído. Não será tarefa fácil, sabemos disto. O importante é que continuemos juntos nestas travessias. Evitando seguir, com vimos fazendo nos últimos anos, a nau dos insensatos, a dos que se apresentam como ungidos salvadores da pátria e no poder, se mostram desqualificados e tentam se impor através da palavra fácil ou do autoritarismo. O 2022 está apenas começando, mas sabemos que temos muito trabalho à frente. Antes de mais nada, precisam recuperar nossa dignidade, perdida na omissão política. Que 2022 se inicie com uma nova postura de todos nós diante do país. Diante de tantos que, ao contrário de nós, não tiveram um barco para fazer a travessia, feita a nado, no sofrimento dos que nada têm, nem mesmo a esperança de melhoria. Feliz Ano Novo a todos. Mangas arregaçados que a batalha vai começar. A maior delas a de sacudir os inertes. (Foto reprodução internet)
Sobreviventes de um mar revolto
