Logo
Blog do PCO

Surpresas e derrotas inesperadas marcaram o primeiro turno. O segundo já começou

Surpresas? Muitas. Derrotas acachapantes, como de Dilma Rousseff para o Senado, em Minas. De Roberto Requião, no Paraná. A ínfima votação de Aécio Neves, tido e havido como candidato campeão de votos. Vitórias inesperadas, como de Romeu Zema, em Minas, Wilson Witzel, no Rio de Janeiro, que vão para o segundo turno com enorme vantagem sobre seus adversários, a maior delas a de representarem o que se convencionou chamar de “a nova política” e de estarem em curva ascendentes. As urnas foram cruéis com o PT que murchou e viu o esvaziamento de seu discurso de vítima de perseguição a Lula e Dilma. O quarto lugar na disputa pelo Senado tirou da boca da ex –presidente o discurso do golpe. Para os mineiros, o impeachment não foi golpe. Dilma e Zema são exemplos muito eloquentes dos desvios das pesquisas eleitorais que não conseguiram captar o sentimento popular. Erraram feio em suas projeções e só conseguiram se aproximar da realidade, em alguns casos, nas medições de boca de urna. A salvar um pouco a credibilidade dos institutos de pesquisa, o resultado da disputa presidencial, pelo menos na parte de cima. Como previsto, Bolsonaro e Haddad vão fazer um segundo turno de resultado imprevisível, embora os números sejam amplamente favoráveis ao candidato Jair Bolsonaro. Haddad terá muitas dificuldades em conseguir reverter o resultado do primeiro turno. Para isto, terá que tirar votos do adversário. Não basta agregar votos dos outros candidatos que tiveram votação pífia. Votações que foram verdadeiros vexames políticos, como de Geraldo Alckmin, que não atingiu 5% dos votos e de Marina Silva, que conseguiu ter menos votos do que Cabo Daciolo, a mais estranha figura desta eleição que, mesmo com toda esquisitice e gastando pouco mais de dez mil reais na campanha, ainda suplantou também Henrique Meirelles, que torrou milhões de seu próprio bolso para realizar o sonho de ser candidato a presidente. Para onde vão debandar estas figuras, pouco importa. A declaração de apoios que possam fazer nada representará. A disputa, no caso da sucessão presidencial, se dará mesmo entre os dois candidatos. Hoje começa o segundo turno. Dizem que ele é uma nova eleição. A história política brasileira registra viradas inacreditáveis no segundo turno das eleições. Mas elas são poucas, quase desmentindo a tese de que o segundo turno é uma nova eleição. Pesa também a favor de Bolsonaro o fato de que esta foi uma eleição diferente. O voto foi passional. Não foi ideológico nem racional. O povo demonstrou cansaço, desejo de mudanças. E se agarrou o que lhe pareceu o porto mais seguro. Dificilmente vai mudar o voto, especialmente na disputa presidencial. Pode até acontecer em algumas disputas estaduais. Na presidencial será muito difícil. Acho que já temos um presidente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *