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Blog do PCO

Tantas informações até confunde e beneficia os piores

Há um excesso de informações num espaço de tempo muito curto o que faz impossível compreender com clareza esta história da Lava Jato. Não há como saber quem corrompeu quem. Quem pagou o quê a quem. O que é caixa2, o que é doação legal. Aliás, neste aspecto em particular, está muito claro que a forma que os recursos entraram nas campanhas é o que menos importa. Se contabilizados ou não, o que ficou evidente é a forma pela qual o doador captou este recurso. Claro que em operações ilegais de superfaturamento, acertado com os eventuais ocupantes do poder. Que me perdoem os advogados que recebem honorários milionários para ensinar seus clientes a dizer que não sabiam de nada, que desconheciam dinheiro em suas contas pessoais ou de campanha. Quem nunca discutiram valores de contribuições com qualquer doador. Os bilhões e bilhões de reais que foram tirados de empresas públicas e dos Tesouros, nos três níveis, não saem assim, sem que ninguém veja, sem que ninguém saiba de nada. O grupo Odebrecht, cujas delações são o epicentro do terremoto político de agora, não fez sozinho. Fez, como já admitiu que fez, mas para atender ou a pedido de alguém. Esta é uma verdade irrefutável que corre o risco de se perder no turbilhão de denúncias que, a cada momento, surge na imprensa. Como a cada momento surge uma nova informação, fica no cidadão a sensação de que já ouviu aquela denúncia, o que acaba fazendo com que se desinteresse por ela. É este o risco. O brasileiro, de há muito perdeu sua capacidade de indignação e, agora, confuso com tantas notícias, tanta corrupção, vai se afastando, deixando de acompanhar os fatos, enojado com tanta falcatrua, com a certeza de que na política não existem honestos. São todos iguais. Campo ideal para o surgimento dos que se lançam candidatos com o discurso de que não são políticos, que detestam a política, que querem apenas ajudar aos pobres ou servir a Deus. Bom, talvez seja mesmo o caso de ser um pouco mais seletivo no acompanhamento dos fatos. Esperar a decantação da lama. Isto pode ajudar na formação de uma opinião mais firme sobre os fatos e as pessoas. Mas atenção, se tornar mais seletivo não é tornar-se omisso.

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