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Temer começa a reforma trabalhista. Coisa para quem tem coragem

Paulo César de Oliveira
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O presidente Michel Temer (foto) anunciou ontem mudanças na área trabalhista. O projeto estabelece a prorrogação por mais um ano do prazo de adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), permite a redução da jornada de trabalho e a redução no salário em 30% sem que haja demissão. Outra medida anunciada prevê a prevalência do acordo entre empresas e sindicatos dos trabalhadores sobre a legislação. Pelo PSE, o governo compensa 50% da redução salarial, limitada a 65% do valor máximo da parcela do seguro-desemprego, utilizando recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O PSE é uma continuidade do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado pela ex-presidente Dilma Rousseff, que teria vigência até o fim deste ano. Ele permite a redução de jornada e de salário, com contrapartida da União.A MP também fixa regras sobre o contrato de trabalho temporário, que poderá ter a duração de 120 dias, podendo ser prorrogado por igual período. Atualmente, esse período é de 90 dias, com prorrogação pelo mesmo período.

 

Mudanças foram discutidas com centrais

A proposta do governo inclui alteração da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelecendo, entre outras medidas, que os acordos ou convenções coletivas terão força de lei. Os acordos poderão prevalecer em 12 situações, entre elas o parcelamento das férias em até três vezes, a compensação da jornada de trabalho, os intervalos de intrajornada, o plano de cargos e salários, banco de horas e trabalho remoto, entre outros. A proposta inclui também novas regras para o trabalho em tempo parcial, que atualmente está limitado a 25 horas semanais, sem a possibilidade de pagamento de hora extra. A proposta é ampliar a duração para 30 horas semanais sem a possibilidade de hora extra, ou uma jornada de 26 horas com a possibilidade de acréscimo de seis horas extras semanalmente. Para a consolidação do texto, foram feitas reuniões com as seis principais centrais sindicais e três principais confederações patronais, segundo o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Ele informou que apenas os pontos de consenso foram incluídos.

 

Industriais gostam de mudanças anunciadas por Temer

As modificações propostas pelo presidente Michel Temer na legislação trabalhista foram bem recebidas pelos empresários. O presidente da CNI, Robson Andrade, disse que as mudanças são importantes para dar mais segurança jurídica aos empresários e garantir a retomada das contratações com a perspectiva de melhora da economia. Mas ele cobra a regularização do trabalho terceirizado. Segundo o empresário, pelo menos 13 milhões de brasileiros são terceirizados.

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