Depois de muito empurra-empurra, ataques, gritaria e discursos inflamados, os deputados federais decidiram arquivar a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva. Foram 264 votos sim, pelo arquivamento da denúncia e 227 não, contra o arquivamento, duas abstenções e 19 ausentes. Com a decisão, a denúncia contra Temer só poderá ser analisada quando ele deixar o governo. E foi esse o argumento usado por muitos dos seus aliados: são a favor das investigações, mas assim que Temer deixar o governo. Após a votação, os parlamentares fiéis a Temer vão cobrar punição aos partidos e parlamentares da base governista que votaram contra o arquivamento da denúncia. O PSDB também está na mira dos insatisfeitos. O partido, que tem quatro ministérios no governo, teve votação expressiva pela continuidade das investigações, fato que irritou os coordenadores políticos do presidente e o próprio Temer.
Maioria da bancada mineira vota com Temer
A maioria da bancada mineira votou pelo relatório do deputado Paulo Abi-Ackel. Foram 33 votos contra a continuidade das investigações, 18 a favor, uma abstenção e uma ausência. O deputado Marcos Montes (PSD) foi um dos primeiros a declarar o seu voto, com o anúncio da posição que seu partido, o PSD, que decidiu votar a favor do presidente Michel Temer e justificou a decisão do partido alegando que os parlamentares são favoráveis a continuidade das investigações, “caso seja comprovado a necessidade, em um momento oportuno. Se o presidente sair agora, quem sofre é o Brasil” Montes fez um apelo para que as brigas partidárias sejam colocadas de lado neste momento, pelo país. A deputada Maria Cristina (PSB), falou que o seu partido decidiu pela rejeição do relatório, mas ela decidiu votar com o governo contra a denúncia
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Temer fala em continuar com as reformas, criar empregos e acabar com os muros após votação
O presidente Michel Temer , falou, logo após o término da votação, que a decisão de arquivar o processo contra ele não foi uma vitória pessoal, mas uma conquista do estado democrático de direito, das instituições e da Constituição. Em um rápido pronunciamento Temer falou da limitação do poder das autoridades, à lei e à Constituição, e da importância do resultado, bem acima da maioria absoluta dos votos, que o credenciam a seguir com as ações necessárias ao seu governo, que começou há pouco mais de um ano, tendo como herança milhões de desempregados. Temer disse que está conseguindo tirar o país da mais grave crise da sua história e está trabalhando para o país voltar ao trilho do emprego, do desenvolvimento e da justiça. Ele garantiu que vai dar continuidade às reformas estruturantes importantes para o país. Ao final fez um apelo para “acabar com os muros que nos separam e nos tornam menores”.