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Temer impõe distanciamento em relação à Dilma

Paulo César de Oliveira
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O vice-presidente Michel Temer (PMDB) (foto) começa a impor uma distância considerável em relação ao governo da presidente Dilma. Após ser deixado de lado nas discussões políticas do governo, mesmo quando estava responsável pela coordenação política, para Temer chegou a hora de dar o troco. Pressionado por setores do PMDB que defendem o afastamento do partido da gestão da presidente Dilma, o vice presidente deu ontem (21) o primeiro passo nesse sentido. Ele decidiu que não vai indicar nenhum nome para a reforma ministerial que a presidente está articulando. Após uma longa conversa ontem com a presidente, Temer disse que vai deixá-la à vontade para definir os nomes dos peemedebistas na nova composição de governo. A presidente sinaliza que vai manter o corte de 10 ministérios, como estava previsto inicialmente. Antes de anunciar os cortes, pretende conversar com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com os líderes do PMDB no Senado Eunício Oliveira (CE) e na Câmara, Leonardo Picciani (RJ). A presidente quer comprometê-los com o governo, na indicação de nomes para os ministérios, mas corre o risco de receber a mesma resposta de Temer, um educado “não, obrigado”. Depois da conversa com seu vice, Dilma pediu aos ministros que a ajudem na articulação para que a reforma tenha “lastro político”, conforme a orientação do ex-presidente Lula. O objetivo é que o governo consiga garantir os votos para aprovar o novo pacote fiscal e impedir que caminhem os pedidos de impeachment no Congresso. Pelas conversas em Brasília, três secretarias com status de ministérios seriam fundidas em uma -Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos- e a pasta do Trabalho seria incorporada à Previdência Social. Além disso, Turismo e a Secretaria de Micro e Pequenas Empresas ficariam sob a guarda do Ministério do Desenvolvimento, enquanto Portos se fundiria com Aviação Civil e Pesca, com Agricultura.

 

Temer procura Eduardo Cunha após não à Dilma

O governo Dilma está parecendo enredo de novela. Após recusar indicar nomes para compor o novo ministério da presidente Dilma, o vice-presidente Michel Temer só não foi direto conversar com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente o principal adversário do governo do PT, para não pegar mal. Mas convocou-o para uma reunião em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu. As interpretações da conversa, como uma boa novela, renderam muita fofoca. Para alguns além de relator o diálogo com a presidente Dilma, Temer quis conhecer os próximos passos de Cunha em relação a votação dos vetos presidenciais e como será o andamento do processo de impeachment. Para outros, Michel Temer pediu para que o presidente da Câmara evite aumentar os gastos do governo derrubando os vetos da presidente e a exemplo do ex-presidente Lula fez um apelo para que ele adie o andamento do processo de impeachment.

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