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Uma grande conspiração para sustentar o “fica Temer” contra o “fora Temer”

Paulo César de Oliveira
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Foi como se previa e mais, como se queria. Ninguém, nem mesmo a “‘velhinha de Taubaté”, acreditava que a Câmara dos Deputados iria autorizar o Supremo Tribunal Federal a dar sequência a um processo contra o presidente Temer por corrupção, como resultado da delação do empresário Joesley Batista. Talvez o único a desejar com todo ardor a abertura do processo e o afastamento do presidente, seja o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O “grand finale” da delação de Joesley seria o afastamento do presidente, pondo assim fim a todas as críticas feitas a Janot pelo preço pago – a imunidade ao empresário- pelas informações sobre Temer e outros políticos. Fora isto, parece mesmo ter havido uma grande conspiração pela manutenção do presidente no cargo, até o final do mandato. Por razões que variam dentro dos limites da ética, ou da falta dela. O governador da Bahia, o petista Rui Costa (foto), por exemplo, exonerou dois de seus secretários para que reassumisse mandato e votassem a favor de Temer. Suas razões? A saída do presidente ensejaria a ascensão do democrata Rodrigo Maia, fortalecendo politicamente o prefeito de Salvador, ACM Neto, também do DEM. Houve também uma generosa distribuição de emendas parlamentares, suficiente para sensibilizar indecisos. Traduzindo, compra de votos. Mas talvez este não tenha sido o principal argumento. A Câmara, e por extensão o Congresso, sabia que se tornaria mais vulnerável caso autorizasse o processo. Não haveria razões lógicas para, no futuro, serem negadas autorizações para a punição a parlamentares. São centenas deles citados em delações e flagrados em investigações da PF. Por razões mais nobres, conspiraram a favor do presidente as entidades empresariais, receosas quanto a retrocessos nas reformas impactos imprevisíveis na economia. É o pragmatismo do empresariado: ruim com ele, pior sem ele. Mas, o mais intrigante neste processo tem sido o silencioso obsequioso dos sindicalistas. Sumiram. Um movimento pífio aqui, outro ali, mas nada que possa ser confundido com pressão sobre parlamentares. Dizem que o silêncio é parte de um acordo a ser pago com alguma medida que minimize a perda de recursos pelos sindicalistas, com o fim do imposto sindical obrigatório. É esperar para ver se isto se confirma. Passada esta etapa, Temer ganha um pouco de fôlego para governar e provar que tinha razão ao afirmar que com a rejeição do pedido o
Brasil é que sairia ganhando.

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