Vai chegando a hora das esperadas mudanças. A diplomação do presidente eleito Capitão Jair Bolsonaro, e de seu vice, General Hamilton Mourão, hoje, no TSE, carimba a vontade popular expressa nas urnas e sinaliza tempos de mudança. Pena que o próprio vencedor, Bolsonaro, tenha desmerecido o resultado da votação que o colocará no comando do país a partir de primeiro de janeiro. Ao retomar o discurso de descrença na seriedade e honestidade do processo de votação e apuração, o futuro presidente coloca em xeque a própria eleição, pois, se é possível que lhe tenham subtraído votos, tornando a diferença a seu favor menor, é possível também que, ao contrário, tenham sido desviados votos a seu favor. Bolsonaro foi infeliz em retomar este assunto, levantou a questão lá atrás, quando sentiu a ameaça de uma derrota. Foi até prepotente ao dizer que não aceitaria outro resultado que não fosse a sua vitória. Levantar o assunto novamente, exatamente no momento em que surgem denúncias de irregularidades financeiras envolvendo um assessor de seu filho, Flávio, provoca suspeita de que foi apenas uma estratégia para desviar o foco das suspeitas levantadas pelo COAF. Estratégico ou não o pronunciamento do presidente no sábado, e reafirmado ontem, não foi uma boa ideia. Há tempo de plantar, tempo de colher, ensina a Bíblia. O presidente sabe do provérbio e sabe também que este não é o momento de semear polêmicas. O país não precisa de mais um tema explosivo em debate. Há muitos na pauta e, quanto mais se abrir o leque, mas difícil ficará o entendimento. O melhor que faz o presidente, e também os governadores que, como ele, tomarão posse em primeiro de janeiro, é centrar esforços naquilo que é realmente importante e naquilo que desejam realizar. Centrar esforço significa tentar obter apoios para seus projetos, se é que os têm, e não ficar disseminando polêmicas e atacando os oposicionistas, como se a oposição fosse uma excrescência, não parte fundamental na democracia. Formalmente os senhores ainda não são os governantes, mas já são os guardiões de expectativas e esperanças de milhões de brasileiros inclusive, acreditem, de quem hoje está na oposição. E não é bom ficar perdendo tempo com bobagens agora. A hora é de governar.