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Votar não é obrigação. É direito que precisam exercer

Hoje é dia de ir às urnas. Antigamente era ato solene. As pessoas vestiam suas melhores roupas para “cumprir o dever cívico do voto”. Mudou muito, inclusive o “dever cívico”, que é, na verdade, um direito do cidadão. O mal é que a maioria não entende assim e vai votar apenas para cumprir uma obrigação legal que, se não cumprida, acarreta sérios problemas. Não deveria ser assim. Votar deveria ser um ato espontâneo, o exercício do direito de escolher quem vai comandar o país o que é o mesmo que escolher quem vai definir muito de nossas vidas. Ou escolher quem fará a opinião que, mais do que dizer não a tudo, deve ser o exercício da fiscalização. ”O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo” O analfabeto do poema de Bertold Brecht. é aquele que se mostra enfastiado no dia das eleições. Que vai às urnas não com a alegria de quem participa de uma festa da democracia, mas com a irritação dos que estão obrigados a comparecer a um lugar para fazer algo que não desejam, ou não entendem. O resultado disto, conhecemos muito bem. Más escolhas que resultam em maus governantes que realizam maus governos. Só nos resta torcer para que esta seja uma disputa que marcará uma mudança. O que é, a princípio, um mau sinal, a radicalização da disputa – falo da presidencial- pode trazer bons resultados. A população está deixando claro, bem claro até, que deseja mudanças. Um recado que serve até mesmo para o candidato, no caso Fernando Haddad, que, em tese representa a continuidade – ou a volta, como dizem alguns- de um governo que, no marketing, foi bem sucedido. Haddad já está avisado pela pré urna, que o povo não aceitará passivamente o modelo petista de governar. Se conseguir chegar à presidência – não é o sinalizado nas pesquisas – muito mais por possíveis erros de seu adversário – numa também sinalizada disputa de segundo turno – do que por acertos seus. Haddad terá que disputar um eventual segundo turno como Haddad. Como boneco de Lula não irá a lugar algum. Jair Bolsonaro, até aqui, tem demonstrado que assimilou o recado. Embora como os demais candidatos, não tenha sido claro sobre o que fará se vencer as eleições, pois não apresentou propostas concretas, ficando no discurso raso e surrado do combate à violência e a corrupção, conseguiu incorporar a imagem da mudança. É, como Jânio e Collor foram, a esperança de um novo país, sem tudo aquilo que o PT prometeu acabar, mas que só fez aumentar. Bolsonaro, pode-se dizer, está começando a subir a rampa. Não deixará de fazê-lo por acertos de seu possível adversário num segundo turno. Só perderá a disputa para ele mesmo. E para evitar isto, precisa segurar os excessos de sua militância. Segundo turno, e as lições são muitas, é outra eleição. E é aí que não é permitido errar. É bom lembrar que ao eleitor também é proibido errar. No primeiro e no segundo turno.

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