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Levy dispensa intermediários e negocia direto com PMDB

Paulo César de Oliveira
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Na tentativa de driblar negociadores que querem "suavizar" seu plano de ajuste fiscal, o ministro da Fazenda Joaquim Levy (foto), está assumindo pessoalmente a articulação com o Congresso para emplacar seu projeto de corte de gastos e aumento de receitas. Nesta segunda-feira, ele terá um jantar com a cúpula do PMDB no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que completam a equipe econômica do governo, não foram convidados para a reunião. Além de Temer, participarão do encontro pelo PMDB os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), além dos líderes do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e no Senado, Eunício Oliveira (CE). Por ora, Levy tem agenda apenas com os peemedebistas, mas negociará com outros partidos.Cunha reconheceu que será "mais fácil" discutir o ajuste fiscal com Levy, autor do plano.

Cunha assusta mais do que oposicionistas

O PMDB quer perguntar ao ministro qual será o verdadeiro impacto das medidas nas contas públicas, o cenário para os próximos meses se o Congresso não aprovar as medidas e a margem de negociação com a qual o governo trabalha. Para o Planalto, no entanto, não há margem de negociação em discussão, pois as medidas já estariam no limite do absolutamente necessário. Um ministro, sob anonimato, explicou que, sem a aprovação do pacote e a subsequente economia de quase R$ 20 bilhões necessária aos cofres públicos, o governo teria de endurecer o contingenciamento de recursos do Orçamento de 2015, afetando outros programas oficiais. O ministro lembrou que, desde que começou a trabalhar com o governo, Levy tem dito que é preciso cortar pelo menos R$ 66 bilhões nos gastos públicos deste ano - ou seja, as Medidas Provisórias representam parte do ajuste necessário para equilibrar os números fiscais. As preocupações do governo com o PMDB, que já mandou recado ao Planalto de que vai derrubar o veto de Dilma ao reajuste de 6,5% da tabela do Imposto de Renda, foram discutidas na sexta-feira em uma reunião da coordenação política do governo. Um dos ministros que integram o núcleo político, aposta que Eduardo Cunha vai chegar a um bom termo com o Planalto, embora reconheça que o presidente da Câmara também criará muitas dificuldades para o governo. O Planalto também está preocupado com a articulação política no Senado. O PMDB resiste a indicar um líder para o governo na Casa. Por ora, o líder do PT, Humberto Costa (PE), ficaráà frente dessa tarefa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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