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Colapso nos estados e prefeituras

Paulo César de Oliveira
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A tensão das ruas é a mesma ou até mais intensa no Congresso Nacional, já que, segundo o senador Antonio Anastasia (foto), PSDB-MG, o parlamentar é o representante do povo. Para ele, a situação no país é muito grave e afeta estados e municípios. Procurado por prefeitos e governadores, quase que diariamente, Anastasia disse que a situação é de colapso. Hoje (17), ele estará no Rio Grande do Sul para falar na Assembleia Legislativa sobre como a crise tem afetado as contas públicas e do papel que o governo federal precisa assumir para ajudar na manutenção dos serviços essenciais à população. Nesta entrevista ele cobra ação do governo federal.

 

Como estão os trabalhos depois da divisão do Congresso Nacional imposta pelo Palácio do Planalto?

O que se observa é que há uma modificação muito rápida e semanal, praticamente, no ambiente político. Em uma semana o quadro é um, na semana seguinte o quadro é outro e na outra semana será diferente. A oposição é muito pequena numericamente. Essa falta de liderança, a falta de confiança das pessoas no governo, isso está evidente e está na raiz de todo o problema. O que nós estamos observando é que o PSDB tem tido um comportamento muito correto. É uma oposição a favor do Brasil. Nós não queremos o quanto pior melhor. O pior está acontecendo a olhos vistos, por incúria, pela falta de competência do governo. Lamentamos isto e vamos continuar trabalhando firme, sob a liderança do senador Aécio Neves, nosso presidente nacional, para colaborarmos naquilo que for possível, discutindo os projetos de interesse do Brasil, mas atribuindo ao governo o que é de responsabilidade do governo. Ele tem de assumir o que é de sua responsabilidade.

 

O clima está mais acirrado agora?

Essa disputa não existe. Na verdade, quando assumi o mandato no Senado, ainda sem esse quadro atual, o senador Francisco Dorneles me disse: “aqui é o seguinte, o que o Senado aprova a Câmara rejeita e o que a Câmara aprova o Senado rejeita”. Nós sabemos que existem peculiaridades nas duas Casas. Mas em um momento de gravidade como este, é claro que as Casas vão se unir no Congresso Nacional para aquilo que seja melhor para o Brasil. Não há rivalidade alguma. O que estamos vendo hoje é uma crise em decorrência da fragilidade do governo.

 

O que podemos perceber é que as ruas estão refletindo o que está acontecendo no governo e no Congresso Nacional. A tendência é piorar esse quadro de instabilidade?

Ou seria o inverso. Acho que o Congresso é que reflete as ruas. Porque na realidade, o parlamentar é o representante do povo. No momento em que há uma insatisfação nas ruas e as pesquisas apontam isto e as manifestações também, o parlamentar percebe que a situação no governo não é boa e passa a fazer novas cobranças.

 

O sr reclamou que o governo federal reteve recursos do Rio Grande do Sul. Está faltando colaboração do governo federal para com os estados, que também estão passando por uma situação difícil?

Nós percebemos que estamos em uma situação gravíssima no país. Estive em Unaí recentemente, recebi prefeitos em Brasília e as prefeituras estão fechando as portas. Os estados estão em colapso exatamente em razão da crise econômica motivada e de responsabilidade do governo federal. A federação tem que ser solidária. Eu achei muito grave o ato impensado, unilateral, sem comunicar ao governador Sartori, esse sequestro de bens no Rio Grande do Sul. Estarei hoje (17) em Porto Alegre, a convite da Assembleia Legislativa e vou externar essa minha posição.

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