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Em Minas o PMDB não é problema. É parte da solução

Paulo César de Oliveira
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O país assiste a uma crise política sem precedentes, desde o processo de redemocratização comandado pelo peemedebista Tancredo Neves. Há uma intensa e mal disfarçada disputa pelo poder dentro da base governista, num embate aberto entre petistas e grupos do PMDB, dizem comandados por Michel Temer. A oposição nesta disputa tem quase um papel de expectadora. Essa situação alimenta uma das crises mais profundas em nossa economia, com graves consequências para todos os brasileiros. Ninguém cede. Todos querem estar ou se manter no poder. Enquanto isto a inflação explode para cima e a taxa de emprego despenca. Essa divisão no PMDB e os seus reflexos no governo federal e nos estados é analisada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais Adalclever Lopes (foto). Vivido e calejado nas questões políticas de seu partido, o deputado diz nesta entrevista que não vê nenhuma novidade maior na postura peemedebista.

 

Presidente, o PMDB está completamente dividido no Congresso Nacional. Que reflexos essa situação tem nos diretórios estaduais?

Estou no PMDB desde 1982 e nunca vi o partido diferente do que ele é hoje. Todo partido muito grande tem suas correntes diferentes. E assim eu vejo hoje no Congresso Nacional, o partido com duas correntes. Mas o PMDB já teve quatro, cinco, seis. Mesmo dividido, o PMDB continua sendo o maior partido do Brasil. E ano que vem, se Deus quiser, enfrentará as eleições, elegendo o maior número de prefeitos e vereadores. Assim continuará sendo o maior partido nacional.

 

Hoje tem um PMDB do vice presidente Michel Temer e de Eduardo Cunha, outro de Renan Calheiros. Onde isso vai parar e quais são os reflexos dessa situação no governo da presidente Dilma?

Eu torço para que eles se entendam. Que o Temer o Renan, que são peemedebistas históricos, se entendam. A nossa torcida e a nossa militância é para que isto aconteça. Tomara que eles não comecem 2016 divididos. Torço para que o país tenha tranquilidade e mais diálogo para termos um ano melhor na política e na economia. Tem um grupo no PMDB doido para assumir o poder.

 

Do jeito que as coisas estão caminhando, o senhor acha que isso pode acontecer?

Eu nunca vi um partido político que não esteja doido para chegar ao poder. Todos eles têm este mesmo objetivo e trabalham todo o tempo para atingir o poder. Mas o PMDB só pode chegar ao poder como sempre fez, de forma democrática através do voto.O PMDB, por natureza, ideologicamente, sempre foi contra o golpe. Acredito que o partido em Minas Gerais, como na maioria dos outros estados, vai lutar para estar no poder através das urnas.

 

Então o senhor acha que o impeachment seria um golpe?

Não vou dizer que o impeachment seja um golpe. Ele está previsto na Constituição. Mas eu torço para que isso não aconteça. Nosso país escolheu uma presidente através do voto e eu espero que aqueles que não tiveram êxito nas eleições, se preparem para disputar a próxima e ganhar a eleição, de forma democrática.

 

Em Minas Gerais tem muitos peemedebistas reclamando que tem pouco espaço no governo Fernando Pimentel. O senhor concorda com a reclamação de que o PT ocupa os principais espaços?

Aqui em Minas não. Nós vivemos em total harmonia com o governador. Temos um número grande de secretarias, o vice-governador do Estado e a presidência da Assembleia Legislativa. O governador nos respeita do tamanho que somos. Em Minas posso afirmar que não existe nenhuma reclamação. O PMDB sempre vota coeso, sempre junto. Essa questão de espaço, de cargo, não é para ser vista, de forma nenhuma como um bônus. É um ônus a ser exercido por quem governa. E nós somos governo através do vice-governador do Estado, dos nossos secretários e, no Parlamento, com um número grande de deputados.

 

O senhor acha que 2016 será um ano tão difícil como 2015?

Espero que não. Espero que os mineiros, os brasileiros reflitam, principalmente os políticos, para que possamos ter mais tranquilidade em 2016, para termos melhor qualidade de vida em todo o país.

 

O deputado Adalclever Lopes é empresário e está em seu quarto mandato como deputado estadual pelo PMDB. Tem 49 anos e foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de Minas no biênio 2015/2016.

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