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Sinais são de inflação abaixo da meta. BC terá que explicar as razões

Paulo César de Oliveira
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O Banco Central justificará com serenidade eventual descumprimento da meta de inflação de 2017, afirmou nessa quinta-feira o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana (foto), acrescentando que o horizonte relevante já migrou deste ano para o próximo. “A inflação corrente está em patamares historicamente baixos com esse componente importante do choque de alimentos. Mas o horizonte relevante já migrou”, afirmou em coletiva de imprensa. “Se ocorrer descumprimento da meta, o regime prescreve isso, e faremos com serenidade. A gente acha que a condução da política monetária tem que estar mirando adiante”, completou. A meta de inflação neste ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5% para mais ou para menos. Mas a desinflação em curso tem sido forte, mantendo os índices de preços em baixos níveis históricos. Nesta quinta-feira, o IBGE divulgou que o IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial, ficou em 2,56% no acumulado em 12 meses até setembro, ampliando as chances de terminar este ano abaixo do piso da meta pela primeira vez. Se isso ocorrer, o BC precisará redigir uma carta ao ministro da Fazenda justificando o porquê da trajetória. O BC descumpriu a meta três vezes nas últimas duas décadas, mas em todos esses casos entregou a inflação acima do alvo.

 

Inflação dá sinais de queda maior do que o esperado

A prévia da inflação oficial no Brasil desacelerou mais do esperado em setembro e atingiu o menor nível para o mês em 11 anos, ampliando as chances de terminar este ano abaixo do piso da meta pela primeira vez. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,11% em setembro, após avanço de 0,35% em agosto, de acordo os dados divulgados nessa quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o patamar mais baixo para um mês de setembro desde 2006, quando o índice registrou variação positiva de 0,05%, e também ficou abaixo da expectativa. De acordo com o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas, com importante peso sobre o bolso do consumidor, registrou queda de 0,94% em setembro, após recuo dos preços de 0,65 por cento no mês anterior. Os alimentos para consumo em casa registraram queda de 1,54% por cento, com destaque para o tomate (-20,94%), o feijão-carioca (-11,67% ) e o alho (-7,96%) .Por outro lado, o grupo Transportes teve o maior impacto de alta ao subir 1,25%, devido principalmente ao avanço de 3,43% dos combustíveis. O grupo, entretanto, mostrou desaceleração ante a alta de 1,35% vista em agosto.

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