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Brasil pode adotar modelo canadense de pesquisa minerária

De malas prontas para embarcar para o Canadá, onde participa do maior encontro das empresas de mineração do mundo, o presidente do Conselho do Ibram, Wilson Brumer (foto), espera avançar além das discussões. Ele quer trazer para o Brasil o modelo de pesquisa adotado no Canadá para que o Brasil conheça o seu potencial mineral. Segundo Brumer, os investidores brasileiros nunca foram de investir em risco, ao contrário dos canadenses, por isso, a ideia de trazer esse modelo adotado no país para o Brasil. 

Essa viagem para o Canadá neste domingo tem qual objetivo? 

É o PTCA, um encontro de mineradoras, de vários segmentos e é considerado o maior evento de mineração do mundo. Uma das ideias que estou desenvolvendo é a de fazer, eventualmente, um entendimento com a Bolsa do Canadá para o projeto de exploração mineral no Brasil. Estou indo neste domingo à noite e fico lá dois dias. Vou ver como avança com esse tema de exploração mineral na Bolsa do Canadá. 

  

Esse é um problema no país. O Brasil não sabe do seu potencial minerário 

O Brasil ainda não conhece o seu potencial de mineração. Nós somos muito conhecidos pelo nióbio e minério de ferro, mas no restante dos produtos nós somos 12º, 13º colocados no ranking mundial, em relação ao que nós produzimos hoje. No Brasil, até em função de seu passado, seja por problema inflacionário, seja pelas taxas de juros altíssimas, os investidores nunca foram de investir em risco, diferentemente do Canadá. Isto está no sangue do canadense ou mesmo nos seus fundos de investimentos. Os grandes fundos de investimento estão no Canadá, como o Ontário Teachers, que é um fundo só para professores. Eles têm como parte dos seus investimentos, os chamados investimentos em risco. Na Bolsa do Canadá existem 1.200 empresas só de mineração. No Brasil, no Ibovespa, não deve ter 500 empresas do setor. Está muito no sangue do canadense isso. O mesmo modelo que é aplicado lá será aplicado no Brasil. O que vou tratar com eles é o início de uma conversa e a partir daí vamos abordar a questão da pesquisa. 

  

O que é interessante nessa abordagem feita no Canadá que pode ser adotado no Brasil? 

No Canadá existem as Juniors Companys. São pequenas empresas que investem em projetos de pesquisa, que demoram, às vezes, anos. Eles têm uma metodologia, é lógico que tem algumas orientações que o detentor desse potencial mineral tem que mostrar, Existem regras sob o ponto de vista ambiental, de sustentabilidade, etc. São investidores acostumados a correr mais risco do que no Brasil. A minha ideia não é criar lá. Minha ideia não é simplesmente listar ativos no Brasil, porque isso já existe. A minha ideia é que eles tragam para cá essa formatação, talvez em parceria com a Bolsa. Tudo isso é parte de uma conversa que terei com eles. 

  

Dessa viagem, já será possível trazer alguma coisa para avançar nesse projeto? 

Espero trazer o esboço de um projeto inicial e trazer essa modelagem, adequada à realidade brasileira, existente no Canadá para o Brasil, focado principalmente na pesquisa mineral. 

  

O governo brasileiro apoia essas iniciativas ou fica por conta e risco da iniciativa privada? 

A pesquisa mineral é toda feita pelo setor mineral. Mas não há nenhuma restrição do governo a iniciativas como essa. Esse estudo já é feito pelo setor privado. 

  

Depois dessas tragédias que aconteceram em Minas, em Mariana e Brumadinho, o que mudou no comportamento das empresas do setor mineral? 

Acho que está mudando e mudando de forma muito rápido. O que não se pode admitir é que tragédias como essas se repitam. Mesmo as empresas, que não necessariamente, tinham que paralisar suas atividades, aconteceu de elas pararem e olhar se o que estavam fazendo não trazia algum risco. O fator risco da operação tomou um espaço muito maior na gestão de qualquer empresa. 

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