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Natal é a esperança de recuperar o comércio que a política atrapalha

A instabilidade política tem sido o principal entrave para que o consumidor volte a confiar na economia e a gastar. Quando os empresários do comércio começaram a se entusiasmar com as vendas de Natal, veio essa confusão envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o Supremo Tribunal Federal. Mais um baque para a população, que reagiu preferindo esperar para ver como a economia vai reagir a essas turbulências. Para o presidente do Grupo Klus de moda masculina, Salvador Ohana (foto), é nessa toada que o setor vem sobrevivendo. Havia uma expectativa de melhora no segundo semestre, com a saída da presidente Dilma do governo. Mas as coisas não melhoraram e o trabalho nesses últimos dias do ano é para que o setor feche com um desempenho igual ou um pouco melhor do que foi o ano passado, um ano que não foi bom para ninguém.

 

Esse setor foi um dos mais afetados pela crise econômica. Como o grupo fecha 2016?

Bem, 2016 foi um ano complicado, um ano difícil, que esperávamos que fosse melhor do que 2015 e provavelmente vamos fechar o ano com um déficit de 5%. Nós trabalhamos em um segmento de moda masculina voltada para as classes A e B e temos atualmente 12 operações em todos os shoppings. Nós estamos tentando agora, encontrar aquilo que o cliente realmente precisa. Nós atuamos muito em casamentos, em festas e estamos tentando virar. Mas este ano tem sido muito complicado.

 

Havia uma expectativa de que no segundo semestre as coisas melhorassem, e essa melhora não se concretizou porque?

Realmente havia uma expectativa de melhora no segundo semestre, mas infelizmente essa melhora não se concretizou. Estamos torcendo para empatar o ano com 2015 e estamos esperando um dezembro um pouco melhor do que o do ano passado para tirar a diferença. Mas a cada dia acontece uma coisa. Nós não sabemos o que vai acontecer amanhã. Na política, cada dia acontece uma coisa e isso reflete no consumo desses clientes do nosso segmento de moda masculina.

 

Os consumidores ficam receosos e acabam não gastando?

Os consumidores acabam guardando o dinheiro, receosos com o que vem em 2017. Na verdade, a única certeza que nós temos para este Natal é o show de Roberto Carlos e o panetone. O resto, em tudo nós temos dúvidas.

 

Para 2017, com que disposição o senhor vai entrar o ano?

Vamos entrar o ano com muita cautela, preocupados. Nós estamos reduzindo o máximo possível as despesas supérfluas para sobrevivermos. Porque 2017 será também um ano difícil. Apesar disto, estou com muita esperança e expectativa de melhora. Se estabilizar a crise política e se nos deixarem trabalhar, nós vamos conseguir melhorar este país.

 

A crise está afetando também as administrações estaduais. A decretação de calamidade financeira pelo governo de Minas reflete também no comércio?

Infelizmente o governador decretou calamidade financeira. Isto é um sinal que o estado não está arrecadando porque as empresas também não estão vendendo e com isto vai diminuindo cada vez mais a arrecadação de impostos. Se você vende menos, paga menos impostos. Mas nós temos que ser otimistas e acreditar. Belo Horizonte é grande, o Brasil é grande e se ficarmos pessimistas nós não vamos chegar a lugar nenhum.

 

O efeito do desastre da Samarco ainda tem um impacto forte na economia do estado?

Acredito que não pese tanto. Eu acho que a arrecadação do estado diminuiu de modo geral. Todos os segmentos caíram tanto comércio, indústria e serviços. No caso de serviços, por exemplo, que é um pilar da nossa economia, caiu assustadoramente.

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