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A hora dos políticos mineiros

Paulo César de Oliveira
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Os três senadores mineiros, Rodrigo Pacheco, Antonio Anastasia e Carlos Viana-, estão no centro do debate político e cada vez com mais força e voz. Tanto que o senador Rodrigo Pacheco conseguiu ser eleito presidente do Senado, com apoio de parlamentares tanto da direita, quando da esquerda. Para o senador Carlos Viana (foto), do PSD, o momento é de pacificação, de acalmar os ânimos para votar as pautas que interessam ao país.

Tem se falado muito em busca de entendimento, em pacificação dos ânimos. O perfil de Rodrigo Pacheco ajuda nesse processo de pacificação?

Sim. O bom exemplo disso foi a forma como ele foi eleito. Uma eleição tranquila, sem rusgas, sem divisões, bem mineira. O Rodrigo não deu entrevistas, não entrou em debates. O que ele fez foi visitar um por um dos senadores, se colocar como candidato e conseguiu ser eleito no primeiro turno, uma vitória ampla, com consenso até da oposição.

Quais os problemas que ele deve enfrentar por ter que dar andamento em algumas pautas mais difíceis, como as econômicas que envolvem muitos interesses?

A oposição sabe trabalhar a narrativa e, naturalmente, as controvérsias, isso é tradicional. A oposição, principalmente a esquerda, sabe valorizar os fatos. É da política. O que vai acontecer é que, como nós já estamos com os olhares voltados para 2022, todo e qualquer ponto de que a oposição discorde, será muito valorizado. A questão aqui é que na reforma tributária nós temos um consenso de que ela tem que ser feita. No Senado a reforma já é considerada um ponto a ser definido. A oposição, o PT e a Rede concordam. Claro que nós teremos alguns detalhes que podem colocar os estados em uma situação delicada, mas tudo é discutido. Em relação a reforma tributária, há uma unanimidade de que ela precisa ser feita. A reforma administrativa é mais delicada, porque envolve a questão dos sindicatos, das centrais, envolve a representação dos servidores públicos, mas ela vai avançar também. Essa, acho que vai gerar mais ruídos e tumultos. Outros pontos que podem gerar problemas são as chamadas pautas de costumes, ou as pautas do presidente, como essa questão da ilicitude, a questão dos policiais, o porte de arma, a importação. Esses são pontos que vão trazer muita discussão. Mas elas estão muito mais ligadas a pauta do presidente com o público dele, do que um debate do parlamento.

Por todo mundo já estar pensando em 2022, o governo não está entrando muito tarde com essas pautas?

As diferenças e o desacordo com Rodrigo Maia atrasaram muito o andamento dessas pautas. O Rodrigo Maia usou a questão da oposição a Bolsonaro e, também, com a pauta de costumes, que o PT, muitas vezes é contra, para incluir e colocar na gaveta pautas que interessavam ao país. A pauta da reforma tributária já poderia ter sido entregue ao país no ano passado. Nós não poderíamos ter estipulado uma reforma tributária em várias fases. Uma primeira fase de justificação de impostos, como queria o governo. Uma segunda fase como a criação de novas alíquotas sobre a Contribuição sobre Bens e Serviços, poderíamos criar outras formas de compensação como os fundos para os estados, só que isso travou na Câmara por conta, exclusivamente, dessa rusga política do Maia com Bolsonaro e o país, na minha opinião, é que acabou prejudicado.

O fato de o novo presidente da Câmara ter isolado a imprensa evita muita polêmica e dá espaço para o debate?

Essa questão do isolamento da imprensa é mais de espaço do que da possibilidade de impedir a cobertura das notícias. Ele pode mudar o espaço e a área onde os jornalistas vão ficar, mas não pode impedir o acesso às notícias, principalmente a transparência da Casa. Tudo está regido por lei. É uma questão mais de localização geográfica do que propriamente impedir o trabalho da imprensa. A meu ver, ele não deveria nem ter entrado nessa polêmica. Ele tem que abraçar o trabalho dos jornalistas, que tem que ser facilitado. Não pode ser dificultado.

E suas pretensões políticas passam pelo governo de Minas. Há algum atrito com o prefeito Alexandre Kalil por causa disso?

Não fui ao prefeito porque eu tinha outras pautas. Sexta-feira é o único dia que tenho pela manhã para atender os prefeitos no meu gabinete em Belo Horizonte. Como virei vice-líder do governo, tenho que ficar um dia mais em Brasília. Só me sobrou a sexta-feira para atender as lideranças do interior e resolver as questões do partido em Minas. O Kalil é o pré-candidato e s é o candidato e é o nome do PSD. Não há discussão sobre esse assunto. Ele é o nome do partido hoje para ser o candidato até da presidência da República se ele quiser.

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