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Até as gôndolas dos supermercados estão sentindo a crise

Os analistas econômicos costumam dizer que o último setor a ser atingido durante uma crise econômica é o de alimentos e supermercados. Isso porque as pessoas podem até substituir alguns produtos, mas não deixam de comer. O prolongamento da crise econômica brasileira, no entanto, chegou também às gôndolas dos supermercados e o jeito é usar a criatividade para fidelizar o consumidor e sobreviver a essas turbulências. É essa a fórmula encontrada pelo empresário Euler Fuad Nejm (foto), que investe para o Super Nosso oferecer um serviço diferenciado e de qualidade.

 

Está difícil para o empresário brasileiro manter o otimismo com toda essa crise no país?

No Brasil, o ambiente empresarial sempre foi hostil, quer seja pelas leis trabalhistas complexas, ou pela tributaria, que não têm nada que estimule o empreendedorismo. Mesmo assim nós fazemos porque gostamos. Gosto muito do que faço e trabalho com prazer. Coloco o coração na frente e acaba que as dificuldades são transformadas em oportunidades e nós estamos sempre superando esses desafios, com o propósito de, no mínimo, manter os negócios. Para que os negócios sejam mantidos a única opção que temos é crescer. Não podemos parar.

 

O setor de alimentos é o último a ser afetado em uma crise, às vezes nem chega a ser atingido. Mas não é o que está acontecendo agora. A situação econômica está muito ruim até para os supermercados?

Isso é verdade. Tenho mais de 40 anos de experiência com o setor, já passei por várias crises e algumas delas nós nem percebemos. O nosso segmento é o último a sentir a crise, e o primeiro a sair. Mas desta vez, chegou “chegando”, porque pela dificuldade financeira, o consumidor muda hábitos de consumo, muda marcas, deixa de comprar produtos supérfluos e que traz um valor agregado maior para a empresa.

 

Nesse caso, como se adequar a essa crise e atender com o que o consumidor está precisando neste momento?

Nós temos que fazer o dever de casa, assim como o grupo Super Nosso fez. Fizemos uma análise de todas as despesas, cortamos os custos, sem atingir o atendimento do consumidor, o cliente final.

 

O Super Nosso adiou algum investimento por causa da crise econômica?

Até o ano passado nós estávamos em acelerado processo de crescimento. Nós abrimos 10 lojas, sendo oito do Momento Super Nosso, a nossa nova bandeira lançada, que são lojas mais compactas. Abrimos duas lojas do Apoio Mineiro, do atacado de auto serviços, concluímos a indústria Super Nosso, que é um complexo interessante onde fazemos toda a parte de panificação, carnes, embutidos, fatiamento, rotisseria e um novo centro de distribuição, com mais de 30 mil metros quadrados de área de armazenagem. Neste ano, devido ao excesso de investimentos, decidimos tomar um fôlego, afiar o machado para recompor o fluxo de caixa para continuarmos crescendo no ano que vem. Nós adiamos sim, neste ano. Mas a partir do ano que vem teremos mais novidades.

 

Essa mudança de governo também pesou nesta decisão?

Sem dúvida nenhuma, essa situação traz para o mercado uma insegurança, porque não sabemos o que será feito. Mas nós temos que trabalhar, independente da questão política, mas é bom ter um norte e nós não tínhamos. A expectativa estava muito nebulosa e parece que a situação já está clareando, como percebemos na reação do mercado.

 

e não fosse a política brasileira, a população e os empresários estariam melhor?

Com todo respeito ao político, todas as profissões têm os bons e os ruins, mas a política ultimamente tem atrapalhado o crescimento do Brasil.

 

O Super Nosso também tem investido para oferecer outras opções, como uma carta de vinhos e outros produtos mais diferenciados. Essa estratégia tem cativado o consumidor?

Nós investimos muito na adega Super Nosso, nós temos mais de 600 rótulos exclusivos. Nós fazemos muitas viagens para trazer uma boa relação de custo benefício, custo prazer para nossos clientes na adega. Outra referência do Super Nosso é a comida japonesa e a culinária japonesa de modo geral. Nós estamos sempre estudando para trazer novidades para o consumidor, a fim de fidelizar cada vez mais esse cliente. Pela mudança que o mercado impõe, nós percebemos, até mesmo por algumas limitações impostas às pessoas, como a de não poder ingerir bebida alcoólica e depois dirigir, que a moda de cozinhar em casa, acabou trazendo um benefício para o segmento e nós temos que acompanhar essas tendências e trazer produtos inovadores para o consumidor. Além disso, a culinária mineira é conhecida internacionalmente e como novidade para o ano que vem, nós vamos lançar em todas as lojas, um corredor de produtos regionais mineiros.

 

O Super Nosso é um dos poucos supermercados que oferece ao consumidor fazer as compras pela internet. Essa também é uma tendência?

Aqui em Belo Horizonte nós fomos pioneiros e estou satisfeito com o crescimento que temos experimentado. Temos crescido 40% ao ano. O Super Nosso em Casa é uma loja do Super Nosso fechada e tem faturamento superior a muitas lojas físicas e a tendência é a de crescer e nós vamos continuar investindo muito nesse canal e-commerce.

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