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É preciso respeitar o tempo de cada um

O início conturbado do relacionamento entre o governador Romeu Zema e os deputados estaduais mineiros foi aos poucos se moldando ao que os deputados chamam de “o tempo deles para analisar os projetos”. O governador, que veio do setor produtivo, acostumado a decisões rápidas e urgentes, teve que se render não só à lentidão comum no setor público, que depende de licitações e muitas leis, mas a pensar antes de falar. O líder do governo, deputado Luiz Humberto Carneiro (foto), do PSDB, foi indicado pelos próprios parlamentares não só pelos vários mandatos na Assembleia Legislativa, mas pela paciência para costurar esses acordos. Após tantas turbulências, ele acredita que 2019 foi um ano positivo e 2020 será melhor ainda, apesar das pautas difíceis que ele tem que enfrentar como a reforma da Previdência.

 

No início de 2020 o governo vai enviar projetos polêmicos como o da reforma da Previdência, da reforma administrativa e a venda de ativos. Tem ambiente político para votar essas matérias?

Acredito que sim. O parlamento mineiro deu uma mostra neste ano de muita seriedade e de muito comprometimento para com as necessidades de governo e para o que o povo precisa. O levantamento é muito positivo. 2020 é um outro ano, os projetos vão chegar aqui na Assembleia Legislativa para complementar o primeiro passo que já foi dado e vamos partir para o segundo e vamos ter uma aprovação dos projetos que vão ao encontro do que o povo mineiro precisa.

 

Vimos no início do governo um governador sem muito conhecimento desse diálogo político. Ele aprendeu a negociar com os deputados?

Sem dúvida nenhuma. O começo era realmente um pouco difícil para ele, porque ele não tinha muito costume com o Parlamento nem com o Executivo. Acho que foi um ano de aprendizado. Mas um ano em que tanto o governo, como a própria Casa, souberam reconhecer todo esse início, esse aprendizado por parte do Executivo, e acho que a partir do ano que vem fica mais fácil, porque ele sabe o caminho que terá que tomar para que os projetos sejam aprovados. Estou muito esperançoso. Acredito que nós estamos no caminho certo. O 2020 será bem melhor do que o primeiro ano, porque o governo já deu mostras de que está colocando a casa em dia, está fazendo a coisa com responsabilidade, teve o apoio da Assembleia Legislativa em todos os projetos e isso facilita bastante.

 

Vão entrar na pauta projetos muito polêmicos e até para a aprovação do projeto para viabilizar o 13º, houve uma certa má vontade, dos deputados que parecem ter uma urgência diferente da do governo. Está faltando acertar essas urgências?

Foi tudo com muito diálogo, e para se ter um resultado positivo é preciso respeitar o tempo de cada um. O tempo da Assembleia é um, o do governo é outro. Mas na verdade, essa ampla discussão fez com que os projetos fossem lapidados e votados e isso é o mais importante e é isso que vai acontecer no segundo ano também. Nós vamos ter que saber respeitar o tempo de cada um e, mais do que isto, atender a aquilo que o Estado precisa e ao que o povo precisa.

Devido às dificuldades financeiras, a sincronia entre estados e governo federal não deveria ser melhor?

O próprio governo federal, a todo momento, está dando sinais de reação da economia. Já tem um sinal do governo federal de que dentro desse plano de recuperação haverá também um entendimento maior, e há uma consciência de que esses estados que estão em dificuldade maior, terão que ter um tratamento diferenciado. Aquilo que foi feito lá atrás, será diferente do que já foi feito agora. Todos nós esperávamos que a reforma da Previdência ficasse só em Brasília e ela está chegando aos estados. Nós vamos ter que encarar isso. Ou nós vamos encarar isso agora, ou vamos penalizar todo mundo, porque a partir de alguns anos nós não teremos condições de fazer o pagamento dessas aposentadorias. Cada momento é um e vamos ter que esperar algumas decisões do governo federal.

 

Desses projetos que o governo vai enviar no início do ano e desses de ajuste fiscal que estão na Casa, qual o mais complicado de negociar e votar?

Acho que os projetos que já chegaram à Casa, como o da reforma administrativa, que são questões menores, que são mais de acertos, a questão de ter autorização de integrar no projeto da renegociação da dívida não haverá nenhum problema, como acredito que o projeto da Codemig também não terá problemas mais sérios. Acredito que teremos uma ampla discussão, mas o pessoal já entende a necessidade, que é o projeto da reforma da Previdência, mas os estados já estão fazendo isto. A Cemig é um ponto e falo sem medo de errar. Estou em uma região, que é o Triângulo Mineiro, e sei o quanto a Cemig tem sido ausente nas necessidades do empresariado e do povo mineiro. Isto está acontecendo no estado de forma geral. A partir do momento em que se apresenta os argumentos, que apresenta a demanda de cada setor, vai-se conseguindo um resultado positivo. Estou muito otimista que nós nesta Casa temos responsabilidade e nós vamos ter muito mais no ano que vem. Esses são projetos importantíssimos para que Minas possa oferecer a infraestrutura que o Brasil está precisando e para que esses investimentos não acabem indo para outros estados. Nós já perdemos no passado. Nós perdemos uma fábrica da Fiat para Pernambuco, não por problema de infraestrutura, mas por política. Agora a questão é de infraestrutura e o Brasil vai precisar dela. 

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