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Estamos preparados para enfrentar o coronavirus

Eleito recentemente um dos 100 mais influentes na área de saúde e gestão, o presidente do Grupo Mater Dei, Henrique Salvador (foto), prepara os hospitais e todas as unidades de saúde sob sua responsabilidade para a mais temida ameaça mundial: o coronavirus. Conhecedor da realidade brasileira, Henrique Salvador acredita que o país está preparado caso o vírus avance, sem a necessidade de se construir hospitais gigantescos para o atendimento dos pacientes, como aconteceu em Wuhan, epicentro do surto da doença onde, em 12 dias, foram construídos 11 hospitais para tratar das vítimas do vírus.

O Brasil está preparado para agir caso o coronavirus avance no país?

Acho que sim. O Brasil tem estruturas de saúde bastante maduras, estruturas hospitalares, inclusive. É claro que alguns cuidados precisam ser tomados. Inclusive o Ministério da Saúde já tomou a frente para poder cuidar dessas mudanças que são necessárias. São protocolos internacionais, com os hospitais certificados, como é o caso dos hospitais da Rede Mater Dei e com isso, temos condições de atender a toda demanda que vier em virtude dessa nova virose.

 

É fácil detectar se a pessoa contraiu o vírus?

Na verdade, os sintomas são um pouco genéricos, febre, coriza, gripe. O importante é que as pessoas que estiveram em áreas de maior risco se identifiquem logo na área do Pronto Atendimento para que as medidas cabíveis possam ser tomadas.

 

Existe uma conversa de que o vírus não resiste ao calor. Há alguma comprovação em relação a isso?

Existe uma controvérsia a respeito disso, de que alguns vírus são mais resistentes ao calor e outros menos. Nós temos que lembrar que normalmente as viroses que acontecem no inverno no hemisfério norte, elas chegam no Brasil atrasadas uns seis meses ou até um ano depois. O importante é observar, porque na nossa região, o período mais frio, que começa no mês de maio, essa incidência pode ser maior.

 

Com a chegada do frio, pode ocorrer uma situação de pânico e confusão entre uma gripe e o coronvirus?

Acredito que não. O importante é discernir o que é uma coisa e o que é a outra. Nós sabemos que trata-se de um vírus com letalidade menor do que outras gripes que tivemos no passado, mas o importante é que as pessoas estejam alertas para a etiqueta do espirro e da tosse, para usar o álcool gel com mais frequência, lavar as mãos, evitar contatos com estruturas que podem ser potenciais transmissores de contágio, como corrimão, maçanetas de portas de banheiro e cuidados de higiene pessoal que podem contribuir para menor propagação desse vírus.

 

Com o sequenciamento do genoma do coronavirus, o controle do vírus pode vir ainda nesse semestre?

Diversas pesquisas têm sido conduzidas, inclusive no Brasil, buscando vacinas que possam controlar esse vírus. É bom lembrar que a cada ano, elas se renovam. Não é uma vacina só que a cada ano se usa, porque novos tipos de vírus são identificados e incluídos nessas vacinas, então, provavelmente em breve deveremos ter uma vacina para prevenir ou arrefecer os sintomas desse novo vírus.

 

Nós vimos o governo chinês construir hospitais gigantescos em poucas semanas para atender aos afetados pelo vírus. Uma situação como a de lá pode fugir do controle aqui no Brasil?

Acredito que não. Nós temos estruturas hospitalares no Brasil que são muito tradicionais. Belo Horizonte, por exemplo, tem um grande número de hospitais complexos, com corpo clínico habilitado e capacitado para lidar com situações como esta. Acredito que no Brasil não será necessária essa corrida como a que aconteceu em uma cidade específica da China, onde o vírus provavelmente se originou.

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