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Gustavo Greco: mudar o Brasil, não mudar do Brasil

Ganhador de vários prêmios nacionais e internacionais na área de design e criatividade, Gustavo Greco (foto), vem ampliando a sua atuação com a Greco Design e crescendo em uma época em que poucas empresas conseguiram esse feito. A crise, segundo ele, o fez repensar até o tamanho da sua empresa. Além disso, assumiu novas responsabilidades, como a presidência da Abedesign – Associação Brasileira das Empresas de Design e a atividade acadêmica. Otimista, diz que seu objetivo não é mudar do Brasil, mas mudar o Brasil. 

 

O ano de 2019 foi desafiante para muitos setores, que esperavam uma arrancada na economia. Para a Greco como foi 2019? 

Foi um ano muito bom em termos de representatividade e premiações. Acho que o ano em que ganhamos mais prêmios, mas eu não faço contas de prêmios. Continuei me dedicando a iniciativas de difusão do design na sociedade brasileira assumindo a presidência da Abedesign – Associação Brasileira das Empresas de Design e como curador da 13ª edição da Bienal Brasileira de Design – ADG Brasil. Ampliei minha atuação na área acadêmica, que já faço há alguns anos, como professor do curso de Pós-da PUC MG, ao coordenar o curso de pós-graduação Design Exponencial do Uni-BH, que leva minha assinatura. Os resultados financeiros vêm num crescente de 2015, o ano que mais sentimos a crise, para cá. 

 

Há uma expectativa grande do setor produtivo em relação a 2020. Esse otimismo se aplica também a esse setor em que você atua? 

 

Sou otimista por natureza. A crise nos fez rever processos, abrir outras frentes de negócios, repensar nosso tamanho. Estamos com um projeto de cursos online que serão lançados em 2020, com projeções bem animadoras. Estamos estudando também a abertura de uma sede em São Paulo. Acredito que sempre existe trabalho para quem atua no mercado com profissionalismo e seriedade. 

 

O seu trabalho também tem chamado a atenção no exterior. Esse é um mercado a ser trabalhado? 

De 2013 pra cá temos ganhado os principais prêmios de design do mundo, nos festivais de maior relevância mundial. Tenho sido convidado todo ano para representar o Brasil nos júris destes festivais. Mas infelizmente, ainda não conseguimos converter nossa reputação internacional em euros. Temos o plano de investirmos nesse mercado. 

 

O seu trabalho atinge muitas áreas, inclusive o comércio, como a Drogaria Araújo, supermercados. O design gráfico é hoje uma necessidade para as empresas se comunicarem melhor com o consumidor? 

O design de uma maneira geral se renova e vem passando por transformações e também provocando mudanças no mundo. Empresas dos mais diversos segmentos, atentas a essas novas mutações, passam a reconhecer o design como parte crucial de sua existência.  A criatividade, entendida como insumo, é um recurso inesgotável, e finalmente é vista como de grande relevância para o desenvolvimento da economia. O design vem, assim, galgando degraus e buscando sair de um lugar de relevância puramente estética para ter caráter estratégico. Design é o que torna os discursos das marcas tangíveis. 

 

Como se dá o processo criativo? Conhecendo a demanda de cada setor? 

Sim! O processo de investigação é fundamental para o processo de criação. Entender sobre quem e para quem estamos falando é primordial. Estamos cada vez mais atentos aos resultados que nossos projetos de design trazem para quem nos contrata.

 

O governo federal deve começar a trabalhar o setor cultural com o que chama de “uma avalanche conservadora”, a partir de 2020. Isso pode contaminar a visão das empresas em relação ao processo criativo? 

Somos uma empresa contemporânea, de nível reconhecidamente internacional. Quem nos procura busca pelo oposto ao conservadorismo. Temos como bandeira a pluralidade e diversidade de um Brasil de dimensões continentais, seus diferentes sotaques e heranças culturais. 

 

Quais as prioridades da Greco para 2020? 

Manter nosso alto nível de entrega, gerar resultados para nossos clientes, criar um ambiente saudável e próspero para nosso time e mudar nosso entorno. Como sempre digo, não quero me mudar daqui e sim mudar o aqui. 

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