O grupo Mater Dei se tornou, em pouco tempo, um dos principais investidores na área de saúde, avançando em pontos importantes do país. A mais nova investida da rede é na cidade de São Paulo, o que está sendo considerado um novo marco para a empresa, segundo o diretor executivo do grupo, José Henrique Salvador(foto/reprodução internet), que é a terceira geração dessa família que é uma referência na área de saúde no país.
O Grupo Mater Dei está entrando em São Paulo em parceria com o Bradesco. Como está sendo esse processo?
Só voltando um pouquinho no tempo, em novembro de 2023, nós fizemos a transição na diretoria da rede Mater Dei. Mas doutor Henrique, a doutora Maria Norma, doutora Márcia, doutor Salvador, todos continuam no conselho, em posições diferentes: o doutor Henrique, como presidente do Conselho, a doutora Maria Norma e a doutora Márcia, como vice-presidentes do Conselho de Administração e o doutor José Salvador como presidente de honra do nosso Conselho. Continuam aqui com a gente. Na Diretoria Executiva, que eu presido hoje em dia, estamos à frente do dia a dia do hospital, do dia a dia da gestão das nossas unidades, do dia a dia do relacionamento com o público e com todos os envolvidos. Nós anunciamos, há poucas , essa parceria com a Bradesco. E, nós vamos operar um hospital em São Paulo, em parceria com a Bradesco, em uma das regiões mais estratégicas da cidade, que é a zona norte de São Paulo. Nesta região moram mais de dois milhões de pessoas. Essa é a região em São Paulo que mais cresce em termos de renda hoje em dia, mesmo comparada com outras regiões também importantes da cidade. Percebemos nas conversas que tivemos com o Bradesco e estudos próprios que fizemos, que ali ainda carecia de serviços médicos para áreas de referência. Muitos pacientes têm que sair da zona norte de São Paulo para buscar serviços médicos e hospitalares de referência em outras regiões. E deslocar em São Paulo não é fácil. São várias cidades dentro de uma cidade só. Nós identificamos como oportunidade e nós viabilizar esse projeto. É um projeto que, esse ano de 2024, provavelmente, uma boa parte dele, vai ficar na fase de projeto e de aprovação e assim que a gente conseguir essas aprovações, começamos a construção. Construção deve demorar em torno de uns 3 anos até que o hospital fique pronto.
Esse hospital em São Paulo pode ser também um novo marco para o grupo?
Ah, sem dúvida. Temos expectativas muito boas. Vai ser um hospital, provavelmente, de mais de 300 leitos. É um hospital do porte do que temos aqui, do Mater dei Santo Agostinho, do Mater dei Betim/ Contagem, com cerca de 45.000 m² de área construída, atendendo a convênios, que são convênios que tem um ticket médio elevado, são convênios para atender uma população que tem uma renda interessante. É a nossa entrada na cidade de São Paulo. Nosso primeiro projeto no estado de São Paulo e na cidade de São Paulo. É importante dizer que a rede Mater Dei cresceu, e cresceu rápido, nos últimos anos e hoje estamos em 4 estados diferentes, com 9 unidades funcionando e vamos abrir agora em 2024, a unidade de Nova Lima e vamos chegar na décima unidade. Com esse passo de São Paulo, entramos em mais um estado, em mais uma cidade, cumprindo esse nosso plano de expansão e o plano de sermos, a rede Mater Dei, um dos consolidadores da saúde privada brasileira.
O grupo atua em quais estados?
Nós hoje nós estamos em Minas, nós estamos na Bahia, nós estamos em Goiás e nós estamos no Pará e agora nós estamos indo também para São Paulo.
Tem outros estados que estão na mira do grupo?
A princípio, não. Com essa entrada em São Paulo, cumprimos o objetivo de entrarmos em mais um estado, que tem uma renda importante. Mas sempre avaliamos outras possibilidades, principalmente identificando movimentos que possam ser transformacionais e, uma coisa que é importante, é que todos esses movimentos de entrada em estado, de compra de hospitais, sempre procuramos comprar o hospital que fosse a referência para aquela região, que fosse o principal hospital daquela região e todos os hospitais hoje, que compõem a rede Mater Dei, são ou tem o potencial é para ser referência. Em São Paulo, nós vamos construir. Vai partir do zero.
O grupo também está na Bolsa de Valores? Como é que tem sido essa experiência?
Tem sido uma experiência muito positiva. Estar na Bolsa, significa que a gente precisou de aumentar ainda mais os nossos instrumentos de governança. Estar na Bolsa significa relacionarmos com diversos investidores, com diversos entes que trazem uma experiência externa para a rede Mater Dei, que nos digam com perguntas, com provocações, que são provocações relevantes. Temos também outras possibilidades de captação de recursos, porque como cumprimos toda essa agenda de governança, já que sempre que vamos captar recurso, as empresas- sejam bancos, sejam outros modelos de captação de recursos, inclusive através da própria Bolsa-, por cumprirmos essa toda essa agenda de governança, eles já tem bons olhos em relação aos nossos pleitos, então tem sido uma experiência bem positiva. O nosso movimento do IPO, nosso movimento de capitalização pela Bolsa, sempre foi pensado como ferramenta para o nosso crescimento, mas principalmente como uma ferramenta para trazer perenidade para a rede Mater Dei. Com esse passo, queremos ainda mais certeza de que o sonho lá de trás, do doutor Salvador, seja cada vez mais perene.
Para 2024 qual é a meta?
Nesse ano de 2024, o nosso principal objetivo é continuar na agenda de integração das unidades que foram adquiridas. Esse ano de 2024, vamos inaugurar mais uma unidade, talvez seja uma das únicas unidades hospitalares que será inaugurada no Brasil neste ano. Muitos projetos na área hospitalar ficaram para um segundo plano, mas acreditamos no mercado. Acreditamos nas nossas capacidades e nós vamos inaugurar nesse ano o Mater Dei Nova Lima. O ano de 2024 será um ano para expandirmos ainda mais nossas atividades, seja aqui, na região metropolitana de Belo Horizonte, seja em cada uma das unidades que adquirimos. Então é um ano de consolidação dos movimentos de aquisição que fizemos e é um ano de pensarmos em novos projetos e aproveitar as oportunidades que vão surgir.
O grupo está investindo em estados diferentes, com legislações diferentes. Como é lidar com essas diferenças?
As legislações inerentes a área da saúde, a área hospitalar, normalmente são semelhantes. No que encontramos, às vezes, diferenças é em aprovação de projetos, em relacionamento com entes públicos, quando, principalmente, precisamos de aprovar novos projetos para construção de novos hospitais. Essa é a principal diferença que existe de uma cidade para outra. Mas em todas as cidades que temos entrado, nós temos encontrado uma boa vontade muito grande dos entes públicos para poder receber equipamentos hospitalares de excelência como os nossos. Esse ano, inclusive, nós completamos cinco anos do Mater Dei Betim/Contagem. Vai acontecer agora é na sexta-feira, dia 26. São cinco anos do início do hospital e é impressionante os benefícios que este hospital trouxe para aquela cidade, para aquela região. Cada ente público que vê, o quanto um hospital se torna âncora para o desenvolvimento, ele também tem interesse de levar um hospital de excelência para a sua região.
Em Betim esse desenvolvimento é visível, o hospital mudou a região?
Acho que conseguiu contribuir bastante ali para a região. Para se ter uma ideia, nesses cinco anos nós atendemos mais de 900 mil pacientes, foram mais de 900 mil atendimentos, nesse período. Foi uma geração de empregos muito importante para aquela região. 90% dos nossos colaboradores que trabalham lá, são colaboradores das cidades locais. Realmente é um negócio que mexe bastante com a praça.