A partir de agora, os partidos políticos começam a intensificar as ações tendo em vista as eleições municipais. Em comum, todos querem fortalecer as legendas, pensando mais adiante, nas eleições de 2026. A dificuldade começa em arrumar a “casa” e apresentar nomes viáveis para a disputa municipal. O PSD, do prefeito Fuad Noman, iniciou o seu processo dividido. A presença do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que até o início do governo Lula comandava a legenda no estado, não diminuiu a tensão. O coordenador da bancada federal mineira em Brasília, deputado Luiz Fernando Faria(foto), não mede palavras ao afirmar que Fuad Noman não tem o apoio do partido e nem do ex-prefeito Alexandre Kalil, de quem foi vice.
Como fica do partido em relação ao PT e do apoio do presidente Lula?
Até onde eu sei o PT terá um candidato, que é o Rogério Correia. Ele já me disse várias vezes que acertou com o presidente Lula e não vai retirar a sua candidatura, a não ser que ele não vá para o segundo turno, aí sim, poderia apoiar. O PSD, por sua vez, está com a bancada rachada, enfraquecida e lançou Fuad Noman à reeleição, até por falta de opção. Mas o Fuad tem pouco apoio dentro do partido.
Por que essa situação?
Porque o Fuad não faz política. Ele mesmo faz questão de dizer que não faz política. Ele está fazendo uma administração ruim e entregou a administração para o Marcelo Aro (secretário da Casa Civil do governo Zema), que é um projeto com o Zema. Ele está em dicotomia com os nossos ideais, com os nossos projetos.
E o ex-prefeito Alexandre Kalil pode assumir a candidatura em algum momento?
Não sei dizer isso, mas Kalil não apoia o Fuad Noman, com certeza. O Fuad enfrenta muita má vontade dentro do partido. O partido só lançou a candidatura dele por falta de opção. Mas o Kalil se afastou da prefeitura para disputar o governo do estado e por isso não pode se candidatar à prefeitura de novo.
O senhor é o coordenador da bancada federal mineira em Brasília. Como está a relação com o governo Zema?
A bancada tem alguns poucos deputados, que estão alinhados ao Zema, a maioria não. A bancada tem pontos de vista e apoios diferentes. O que é tratado são as questões de interesse do estado e em relação a isso, não existe interlocução, não existe ação, não tem valorização dos parlamentares. O governador faz questão de ficar longe dos políticos.
Que prejuízos essa falta de sintonia está trazendo para o estado?
É muito grande. Maior do que as pessoas imaginam. Não tem ação no interior. Nós só entramos agora, na discussão da dívida do Estado com a União, devido a gravidade da situação. Mas se nós não entrássemos, eu, o senador Rodrigo Pacheco, o Alexandre Silveira para ajudar, o governo estaria no dia primeiro de janeiro, em uma situação de insolvência. Se ele tivesse que pagar R$ 16 bilhões da primeira parcela da dívida, não teria dinheiro para pagar os servidores.