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Blog do PCO

Mineração puxa indústria de máquinas e equipamentos 

Alguns setores começam a sentir uma melhora da economia, como é o caso da Indústria de Máquinas e Equipamentos, que foi demandada pela tragédia causada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Mas outros fatores também vão ajudar a impulsionar o setor, segundo o presidente da Câmara Setorial de Cimento da Abimaq, Rodrigo César Francisquini. Ele acredita que as reformas da Previdência e a tributária, especialmente, irão viabilizar muitos projetos que estavam guardados na gaveta.

O setor produtivo tinha expectativa de que neste ano a economia ia começar a se desenvolver. mas muitos setores acabaram frustrados. As indústrias de máquinas e equipamentos também se frustraram?

Para boa parte dos associados da Abimaq foi um ano razoavelmente bom, melhor do que os anteriores. O que foi visto é que dentro do segmento de mineração, alguns projetos realizados quase que emergencialmente, já que boa parte dos projetos tem a ver com o reaproveitamento dos rejeitos de barragem, e isso acabou movimentando um pouco o setor de bens e capitais porque, para descomissionar as barragens são necessários equipamentos e isso deu uma alavancagem no setor de máquinas e equipamentos. Existem algumas outras demandas que foram benéficas, como o de terras raras, onde temos um grande projeto de mineração de níquel e alguns outros projetos que estavam engavetados e que estão sendo liberados aos poucos. De um modo geral, para nós do setor de máquinas e equipamentos, foi um ano bom e as perspectivas para 2020 continuam sendo boas. Nós acreditamos que esta tendência deve continuar e com tudo o que aconteceu, está todo mundo mais alerta e buscando equipamentos com mais tecnologia, não só para evitar os rejeitos desnecessários, como para um melhor consumo de energia e melhor aproveitamento dos recursos energéticos, inclusive.

 

Depois das reformas aprovadas no Congresso Nacional, o setor espera melhoras?

A reforma da Previdência já deve dar uma melhora na confiança do empresário e a outra grande reforma, a do sistema tributário, essa sim, deve liberar muitos investimentos represados ao longo dos tempos.

 

O que é essencial nessa reforma tributária para alavancar o setor?

Será preciso refazer o nosso sistema tributário inteiro. Simplificar. Hoje temos uma infinidade de tributos e gastamos horas e muitos recursos para tentar administrar toda essa questão tributária. Há estudos que mostram que o custo das empresas para lidar com tudo isso é enorme. A simplificação por si só é muito benéfica. Transformar em IVA, em valor agregado e, também, desonerar a cadeia produtiva. Hoje são tantos impostos que não se consegue nem calcular qual é a total carga tributária que existe em uma cadeia produtiva, por exemplo, de máquinas e equipamentos e para qualquer setor. A simplificação vai aliviar a quantidade de recursos que são necessários para administrar isso e vai trazer uma transferência melhor para o processo e, em um segundo momento, se almeja a redução efetiva da tributação. Se isso vem ou não, depende dos nossos governadores. Não tenha dúvida que todo o potencial do Brasil poderá ser liberado de forma mais fácil.

 

E o desempenho de Minas Gerais em relação ao Brasil?

Sem dúvida, Minas é o carro chefe. A maioria dos projetos que temos está em Minas, mas temos outros estados despontando com projetos importantes, como o de terras raras, níquel. Mas Minas concentra a maior reserva mineral e a economia liberando as amarras, que o setor produtivo tem, certamente Minas vai estourar. Resta saber quando.

 

A liberação da Samarco é um bom sinal?

Já é um ótimo sinal. Mostrar que todos os cuidados foram tomados, que todas as análises técnicas foram feitas e isso vai servir de boa prática para outras mineradoras e as outras mineradoras que estão sendo tratadas também vão contribuir. As próprias mineradoras não conseguem expandir suas produções porque não tem a forma adequada de tratar o rejeito. Na hora em que isso é resolvido, elas vão poder aumentar a sua capacidade produtiva.

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