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O desenvolvimento que o shopping promove

O primeiro shopping de Belo Horizonte, o BH Shopping, completa 40 anos. Com ele, toda uma região da cidade ganhou um novo impulso. O responsável por essa mudança é o empresário José Isaac Peres (foto), criador da Multiplan. Para ele, os shoppings vieram para ficar e se tornaram um equipamento urbano irreversível. A tendência é a de que eles se adequem às necessidades das pessoas, não só com comércio, mas com entretenimento, áreas verdes e de convivência.

 

Como surgiu a ideia de investir em shoppings?

Sou economista, mas a minha inclinação era a arquitetura. Cheguei a prestar vestibular, mas depois achei que devia ajudar a minha família e decidi fazer economia e me tornei economista – mas economista também não ganha dinheiro- e dentro da faculdade me tornei empresário do ramo imobiliário e em 1973 iniciamos o Ibirapuera, que terminou em 1976. Deixei a empresa em 1975 e em 1976 criei a Multiplan e a primeira experiência com o shopping foi o BH Shopping. Foi um grande desafio, porque ali era a antiga BR-3 e para fazer um shopping em uma autoestrada, as pessoas me perguntavam se era possível. Nós tínhamos a confiança de que as pessoas iriam lá. Essa é uma história de enxergar um pouco além e foi um dos maiores desafios, porque os primeiros anos foram difíceis. Depois levamos o Carrefour para lá e o shopping foi criando cada vez mais comodidade para as pessoas e as pessoas foram criando o hábito de ir lá. Fizemos a iluminação, fizemos algumas obras e hoje o BH Shopping completa 40 anos. Aquilo que há 40 anos tinha um trem que passava atrás do shopping, jogava muita poeira. O trem não passa lá mais e nasceu uma nova cidade no entorno do BH Shopping. O Shopping é um equipamento urbano que tem o poder renovador e transformador de uma região. Nós não sabíamos disso. Mas hoje nós sabemos que esse fenômeno aconteceu também em Ribeirão Preto. Nós tínhamos comprado uma fazenda de cana de açúcar para fazer um shopping e ali se tornou na área mais moderna de Ribeirão. É uma alavanca para o desenvolvimento e sobretudo é gerador de empregos. Nós geramos 80 mil empregos diretos.

 

Com o aumento da violência a população tende a buscar entretenimento nos shoppings?

Tenho muita dificuldade para falar que a violência ajuda os shoppings, seria muito melhor que não houvesse a violência. As pessoas teriam mais amor, andariam mais. Mas a violência inibiu um pouco. Por outro lado, somos um oásis dentro de uma cidade, porque é um lugar onde a família pode ir, tem segurança, tem conforto, tem diversão para criança, para adultos. O shopping é um equipamento urbano irreversível. Naturalmente os projetos novos vão se adaptando, vão nascendo adequados ao momento em que estamos vivendo hoje. Estou falando de um shopping que começou há 42 anos, foram dois anos construindo e foi inaugurado em 1979. Lembro-me que o governador à época era o Francelino Pereira, estávamos no regime militar. O Brasil hoje é outro país.

 

Quais as previsões de investimento para os próximos anos?

Nós vamos investir em shoppings, em empreendimentos no entorno. Nós estamos investindo em um shopping em Jacarepaguá, que é um bairro muito populoso, com cerca de 600 mil habitantes e que não tinha um bom serviço e nós vamos levar um equipamento muito atual, muito moderno, que é uma mistura de natureza, entretenimento e comércio. Esse é um investimento de R$ 600 milhões.

 

Como economista, o senhor acha que esse é um bom momento para se investir?

Ao longo da minha vida, sempre vivi com crise. A cada cinco anos tinha uma crise e se eu desse bola para isso, não teria feito nada. As cries passam com os ciclos econômicos que se alternam a cada período. Você tem um período recessivo, depois vem a recuperação e isso sempre aconteceu desde o começo dos meus empreendimentos. A vida é assim mesmo, cheia de altos e baixos. Se a vida fosse uma linha reta, estaríamos todos mortos, de tédio.

 

Que conselho o senhor daria ao presidente Jair Bolsonaro?

O presidente deveria se preservar mais, falar mais através dos seus ministros e continuar fazendo tudo o que ele está fazendo. Não mudar nada.

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