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Retomada segura

Paulo César de Oliveira
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Muitos setores ainda amargam prejuízos com a retomada lenta da economia devido os impactos da pandemia da Covid-19. A rede hoteleira, como todo o setor de serviços, foi fortemente afetada, segundo a empresária Érica Drumond (foto), conhecida como uma das principais empreendedoras do setor no país e responsável, entre outros. pelo hotel Ouro Minas. Além dos problemas causados pelo coronavírus, ela reclama da legislação trabalhista, fala do potencial do setor e considera como ridícula a discussão sobre a abertura dos cassinos no Brasil, que deveria ser um assunto para investidores e não para políticos.

São quase dois anos de pandemia. Quais os efeitos para o setor hoteleiro?

O efeito foi devastador. Apenas 50% da hotelaria retomou, mais ou menos 25% ainda vai reabrir, a malha aérea ainda não voltou a 70%. Então a pandemia ainda está aí. Fica aí o meu recado para os carnavalescos, as festas de final de ano. Não podemos trocar uma festa, ou quatro dias de Carnaval por um ano inteiro que nós estamos resgatando. No Brasil, com a adesão em massa das vacinas, nós estamos de parabéns e vamos continuar com fé, porque os eventos estão retomando, como foi o do Conexão, maravilhoso, com a presença do governador para podermos fazer o network para trabalhar e fazer esse país crescer. É um momento de pensar cada negócio. No Ouro Minas nós nos voltamos muito para o turismo de lazer, então é um resort urbano. Temos várias opções de lazer, principalmente para as crianças e durante a semana é um hotel totalmente voltado para os eventos.

Muitas prefeituras estão cancelando o Carnaval e as festas de fim de ano. Como vocês estão se preparando para contornar essa situação?

 Nós temos que encarar a situação com muita parcialidade e cada um voltar para a sua própria empresa e tomar a sua decisão. Muita gente vê os jogos com muita aglomeração e acha que pode fazer também nas festas. Para a minha empresa, o que vale a pena é a consciência e continuar fazendo eventos de pequeno e médio porte, com todas as cautelas e protocolos e cada um deve pensar o que é bom para a sua empresa a longo prazo. Não vai ser do dia 31 para o dia 1º que faremos a receita para um ano inteiro, não será em quatro, sete dias de Carnaval que vamos vencer o ano. O que precisamos vencer é a pandemia e assim retomarmos a economia, diminuirmos a inflação e fazer o crescimento econômico voltar. Esse deveria ser o foco de todos os empresários e o cidadão que gosta de festa, que gosta de abraçar e de beijar, nós vamos poder fazer tudo isso, só falta mais um pouquinho, até que mais de 90%, que cheguemos a 100% da população vacinada.

Para 2022, quais são as expectativas?

Nós estamos falando que é pick-up, que é onde temos a solicitação do evento, a reserva até o fechamento do contrato. Esse pick-up está muito curto. As pessoas cotam o evento na sexta para sexta da semana que vem. Para o ano que vem, nós já estamos tendo cotação para janeiro, fevereiro, março, setembro, novembro, então, nós já começamos a ver uma regularidade do setor de eventos, que é o grande consumidor de hotéis como o nosso e é o que movimenta a cidade. O que traz um ticket mais alto para a cidade, traz o turista de mais longe. Tudo isso acontece com as grandes convenções, congressos e feiras. Esse é o nosso foco. Vemos um pouco de normalidade a partir de fevereiro.

Ano que vem é ano eleitoral, o setor vai levar demandas para os candidatos ao governo e à presidência?

Nós precisamos levar, porque precisamos melhorar as questões da lei trabalhista, nós achamos que protegendo o trabalhador nós estamos mantendo os empregos. Vejo que após a pandemia há uma dificuldade muito grande para encontrar mão-de-obra. Temos um impedimento das 12h de intervalo, temos impedimento da mão-de-obra temporária três vezes por semana, nós temos impedimento de toda ordem para um setor que não fecha. A companhia aérea fecha, aeroporto fecha, mas hotel e hospital não fecham. Nós não fechamos nem um dia, nem uma hora, o ano inteiro. Nós não temos condição de trabalhar com essa legislação trabalhista brasileira. Para o estado tivemos algumas modificações em função da pandemia, alguns benefícios de ICMS e o município também fez algumas concessões de IPTU. Mas o que precisamos mesmo é o incentivo, que vale para qualquer candidato. O Brasil não é um país competitivo. Se colocarmos no mapa mundial, nós não concorremos com ninguém. Parecemos um país distante. O Caribe vende mais do que o Brasil. É colocar a atividade turística, de convenções e eventos no mapa brasileiro e ver que é um produto grandioso para a exportação.

O Congresso Nacional está analisando a legalização dos jogos de azar. O país está preparado para a abertura de cassinos?

Acho tão interessante isso. Qual país que proíbe jogos? Acho que só o nosso, o Brasil. Acho ridículo esses deputados tentarem desenhar uma lei falando aqui pode, aqui não pode. Isso é muito mais para eles continuarem arrecadando com a corrupção. Quem decide onde vai ter ou não cassino é o investidor. E investidor nenhum vai colocar cassino onde não vai dar dinheiro. Aí falam que tem tráfico de drogas. Não. Brasileiro nenhum tem dinheiro para montar um cassino no Brasil. Os grandes cassinos vêm de fora. Todos os grandes cassinos vêm de capital internacional, empresas mundiais. Não entendo isso de qualificar uma lei para liberar o jogo. Liberem o jogo que o investidor vai definir onde que tem viabilidade econômica para um cassino. Agora, um político tentar saber onde vai dar certo um cassino é brincadeira. (Foto reprodução internet)

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