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Salvador Ohana: os 49 anos da Klus

Paulo César de Oliveira
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Empresário de sucesso, Salvador Ohana, se prepara para comemorar, no ano que vem, os 50 anos da Klus, uma marca de alfaiataria forte em Minas Gerais, que vestiu e veste governadores, políticos e empresários. Essa é uma história escrita ano a ano, governo a governo, adaptando-se a realidade do mercado e buscando se modernizar, sempre. Mas Salvador Ohana, que também é presidente do Sindilojas, ressalta que nenhum período foi tão ruim quanto no governo de Dilma Rousseff, quando, segundo ele, a economia parou. Hoje, o consumidor está em compasso de espera, sem demonstrar confiança na economia.

Como um empresário sobrevive no Brasil por quase 50 anos, com tantos altos e baixos da economia?

É muito complicado. É um dia depois do outro, não tem jeito. A Klus é de 22 de abril de 1975. Foi a data da fundação, eu abri a empresa em uma garagem, em uma loja pequenininha e devagarzinho fomos crescendo. Eu abri a loja para conseguir pagar os meus estudos e quando me formei, a loja já estava andando bem. Formei em Administração, Ciências Contábeis e fiz pós-graduação. A loja já estava andando, já estava indo, estava crescendo devagarzinho e fomos crescendo. Nós só fazíamos roupa sob medida, de alfaiataria. Com o tempo, com a modernidade, o sob medida foi diminuindo e fomos para a roupa pronta. Fomos devagarzinho abrindo lojas nos shoppings, abrindo na rua, abrindo em outros lugares. 

E hoje são quantas lojas? 

Hoje, são 5 lojas espalhadas nos shoppings de Belo Horizonte, e uma Maison.

Ainda há espaço para roupas sob medida? 

Nós nunca deixamos de fazer o sob medida. A gente tem um setor do sob medida top. Hoje o sob medida é para algumas pessoas que gostam de uma roupa com mais detalhe, acompanhando o corpo, mais exclusiva. 

Nesses quase 50 anos, qual o período foi mais fácil e qual o mais difícil? 

Eu acho que nunca teve período fácil. Mas, o mais difícil, para mim, foi de 2015 até 2018. Até 2017, no governo Dilma Rousseff. Nem na pandemia foi tão ruim. Esse foi o pior para nós. A economia do Brasil parou e isso aconteceu quando estávamos em expansão. Realmente foi um período mais difícil. A partir do governo Temer, melhorou.

E agora, no atual governo, com a mudança da reforma tributária, tem melhores expectativas? 

O mercado está muito morno. As pessoas estão aguardando. O mercado está um pouco morto. Está mais ou menos igual a 2023. Bem morno. 

Falta confiança do consumidor e do empresário?

Falta confiança no consumidor. Nós sempre esperamos que vá melhorar, não é? Mas não está fácil, não. É cada um fazendo o seu trabalho bem feito, vamos indo. Já passamos por muitas turbulências, muitos planos econômicos, mas estamos firme aí, com uma marca sólida, uma marca que tem muito conceito na moda masculina e por isso que a gente tá aí a 49 anos. 

É uma marca que veste governadores, políticos? 

Todo mundo, de modo geral, quem gosta de se vestir bem veste na Klus. Temos um atendimento diferenciado e um produto de alta qualidade, de alto padrão. Esse é o nosso lema, nesses 49 anos.

A Klus já vestiu que governadores? 

Tancredo Neves, já vestiu Antonio Anastasia, Alberto Pinto Coelho, Fernando Pimentel, Eduardo Azevedo, Francelino Pereira, todos eles são clientes nossos. O Romeu Zema também é cliente nosso. 

Qual é o cliente mais exigente? 

Eu acho que todo cliente que gosta de andar elegante é exigente. Ele gosta de produtos confortáveis, produtos na moda. E muitos clientes mantêm o padrão mais conservador, mantém a qualidade do produto, independente da moda. 

Para marcar essa data, o que a Klus está preparando? 

Se Deus quiser, no ano que vem, vamos fazer alguma coisa especial. Agora estamos comemorando com os nossos bons clientes aí, com um desconto especial nesse mês de abril. É uma prévia do que vem no ano que vem. Nosso sucesso também depende muito dos nossos colaboradores. Nós temos uma equipe antiga com a gente. Temos funcionários de 30 anos, 35 anos de casa, outros com 18 anos, 20 anos. Com as lojas temos, mais ou menos, 100 funcionários. 

Na presidência do Sindilojas, como o setor está percebendo o mercado?

Em compasso de espera.

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