Alea jacta est. A sorte está lançada. A expressão latina espelha a realidade brasileira e o momento presente. O hoje, o amanhã. Tratamos com irresponsabilidade coisa séria e, como água de morro abaixo, ninguém segura, ninguém sabe o que pode acontecer, ninguém terá liderança ou autoridade para conter o resultado do que se pode prever. Claro que pode não acontecer nada. Em eventos de fanfarrões, tudo, inclusive nada pode acontecer, mas, lamentavelmente, o circo foi montado para que as coisas aconteçam, para que os desvairados, profissionais ou amadores- não se iludam, os profissionais estão contratados e os amadores ansiosos para aparecer – ajam de forma a culpar o outro lado. A nossa história mostra a ação destes nefasto, vide o Cabo Anselmo, só para ficar nesta seara. É o pretexto que falta para justificar o uso da mão de ferro pelos que têm paixão pelo autoritarismo. Justificam a quebra da normalidade democrática apresentando-se como defensor de princípios constitucionais e democráticos. Defendem a liberdade de expressão como se realmente respeitassem o direito à crítica. Querem mostrar compromisso com a liberdade de opinião, mas agridem e ameaçam de retaliação a imprensa. Se dizem defensores das instituições, mas propõem invasões e punições aos membros das instituições desarmadas, sem dar qualquer sinal de que teriam a mesma coragem para o enfrentamento aos que, legalmente, têm a força. O que assusta é que vivemos um momento típico da política da América Latina, com a prevalência do populismo desprovido de coloração política. Somos um país mergulhado no populismo desvairado, assim como fomos nos anos petistas. E agora, queiram ou não, a sorte está lançada. Alea jacta este Só nos cabe torcer para que o nada aconteça. (Foto reprodução internet)
A mão de ferro do autoritarismo
