Roberto Simões mostra a força do agro mineiro

Apesar da pandemia do coronavírus, o ano de 2020 no agronegócio foi de superação. Mais uma vez, o setor mostrou resiliência, força, produtividade e ajudou na sustentação da economia de Minas Gerais e do Brasil. Já 2021 começou com incertezas, mas o setor, embora com reservas, está otimista. Essa foi a análise do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema FAEMG/SENAR/INAES), Roberto Simões (foto), em sua participação no Conexão 20/21, promovido pela VB Comunicação.

Ele lembrou que, no ano passado, o Valor Bruto da Produção (VBP) foi recorde, acima de R$ 817 bilhões. Já a agropecuária mineira passou de R$ 102 bilhões, com alta de 23,4% frente a 2019. Segundo Roberto Simões, a safra de café foi extraordinária, e a produção de grãos, recorde também. As exportações do agronegócio chegaram a US$ 101 bilhões. Outro fator que contribuiu para o aumento do consumo interno foi o recurso liberado pelo governo federal para os menos favorecidos. “São números que carregam o país. O setor tem sido o mais pujante na economia brasileira e devemos ter, neste ano, uma safra recorde de grãos, mais uma vez. Além disso, somos responsáveis por um terço dos empregos criados no Brasil. É um setor que gera emprego e muito rapidamente”, pondera Roberto Simões. Já para este ano, apesar das incertezas, a expectativa é de continuar “provendo a economia e as exportações”. De acordo com Roberto Simões, mesmo com o veranico de janeiro, que gerou queda na produção de café de 25% a 30%, os dados da CONAB são favoráveis para os grãos e o Brasil deve ter mais um ano de boa colheita.

Sobre o mercado externo, o presidente Roberto Simões disse que é preciso avaliar o cenário internacional, com a vitória de Joe Biden, nos Estados Unidos, e os reflexos da retomada das negociações dos americanos com a China, cuja retomada das exportações pode afetar o Brasil.

FAEMG 70 anos  

Em 2021, a FAEMG completa 70 anos de trabalho ininterrupto, sempre voltado para o produtor rural, segundo Roberto Simões. Ele lembra que a entidade começou como uma Federação de Associações de Produtores Rurais em 1951. Há 24 anos, houve a agregação do S do SENAR, que levou a capacitação técnica para o pequeno e o médio produtor rural. “Nós também criamos o Instituto Antonio Ernesto de Salvo e, hoje, a nossa entidade é a maior federação patronal do país. Estamos presentes em 740 municípios mineiros, e os médios e pequenos produtores são nossos principais clientes. Os grandes só demandam em situações especiais. Recentemente, nós modernizamos o Sistema com a integração dos setores e investimentos na assistência técnica e em tecnologia.”

Para Roberto Simões, o que falta no campo é a tecnologia chegar de forma mais efetiva aos pequenos e médios produtores rurais. Por isso, a assistência técnica e gerencial do SENAR está entre as prioridades do Sistema FAEMG. Os trabalhos não pararam mesmo com a pandemia. Adaptações foram feitas para continuar o atendimento aos produtores, que, a partir desse trabalho, já conseguem melhorar a gestão e até exportar. “Estamos fazendo essa ponte entre produção e aqueles que desenvolvem a ciência e a tecnologia. Mas a realidade é que 70% das propriedades não têm conectividade. Essa realidade precisa mudar.” Por isso, os esforços na assistência técnica e na capacitação devem continuar.

CONEXÃO

Roberto Simões participou do Conexão 20/21, juntamente com o deputado estadual Antônio Carlos Arantes e com o diretor-executivo do Frigorífico Saudali, Desidério Guimarães. O evento foi coordenado pelo diretor da VB, Gustavo Cesar Oliveira, com participação do presidente da VB, Paulo Cesar Oliveira. Foram dois dias de evento virtual que reuniram importantes nomes ligados à saúde e à economia – empresários e personalidades de destaque no país.