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Blog do PCO

Produzimos mitos, não lideranças reais

A pandemia do novo coronavírus, os tumultos antirracismo e antifascistas mundo afora mostram um mundo sem bússola, sem lideranças capazes de, efetivamente, serem catalizadoras destes sentimentos populares para conduzirem as mudanças. Hoje, seria praticamente impossível editar mais uma das tradicionais coleções de “grandes vultos da história”, com alguma personalidade nova. Grandes vultos – vamos excluir os campos das artes e dos esportes, pródigos em endeusarem pessoas – com liderança capaz de alterar rumos da história, já não surgem mais faz algum tempo. Hoje, com o desenvolvimento dos meios de comunicação e a vulgarização das redes sociais, criamos um mito a cada dia, quase a cada hora. Gente de todas as áreas, mas especialmente da política, é alçada à condição de líder, de alguém com capacidade técnica e moral para conduzir o rumo dos países e liderar a população em sua vida pessoal e comunitária. Este, lamentavelmente parece ser um fenômeno mundial. Criamos incapacidades como soluções. Paspalhões como heróis e mitos. E com a mesma rapidez com que construímos, destruímos pessoas e reputações. Estamos, todos nós, fascistas e antifascistas para usar uma classificação em voga, expostos a uma nova realidade social, onde as pessoas se deixam levar por valores criados por uma máquina de superestimar e ao mesmo tempo de moer pessoas, manipuladas por aproveitadores irresponsáveis e, muitas vezes paranoicos. A humanidade, infelizmente, ainda vai sofrer muito com esta situação que não sabemos por quanto tempo vai perdurar. Aí vai descobrir o pior: não ter lideranças para conduzir uma reação.

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