Caminhões estão enfileirados desde ontem (09) em várias rodovias que cortam Minas Gerais. A paralisação se repete em vários pontos por todo o país. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os trechos afetados com o movimento atingem a BR-381, nos municípios de João Monlevade (região Central) e Igarapé (região Metropolitana de BH), a BR-262, em Igaratinga (região Centro-Oeste); e BR-040, em Conselheiro Lafaiete (região Central). O ato foi convocado pelas redes sociais pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), que tem uma pauta de reivindicações que inclui a redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo, salário unificado em todo o Brasil, liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos e ajuda do governo federal para refinanciamento de dívidas de compra de veículos. Os caminhoneiros também criticam o governo de Dilma Rousseff e pedem o afastamento da presidente. Em alguns trechos, os manifestantes usaram o boneco inflado do ex-presidente Lula, o Pixuleco, como ficou conhecido. “Somos apartidários e sem cunho político. Nós lutamos pela salvação do país, e isso só será feito a partir da deposição da Dilma, seja por renúncia ou por impeachment”, disse Fábio Roque, um dos líderes do movimento no Rio Grande do Sul.
Ordem do governo petista é reprimir
As informações do comando de greve dão conta de que foram bloqueadas rodovias em 12 estados. Há manifestações em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Algumas entidades dos caminhoneiros criticaram o movimento, como é o caso da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que divulgou uma nota em que classificou como imoral “qualquer mobilização que se utiliza da boa fé dos caminhoneiros autônomos para promover o caos no país e pressionar o governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a ver com os problemas da categoria”. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), entidade filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que os caminhoneiros estão sendo usados em prol de interesses políticos, e que o grupo não representa e não tem compromisso com a categoria. Mostrando sintonia com as centrais mais ligadas ao governo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também acusou o movimento de ser apenas uma ação política, alimentada “por pessoas interessadas em fazer política apenas”. O ministro anunciou que a Polícia Rodoviária Federal vai agir com rigor contra os caminhoneiros estacionados nas rodovias, aplicando multas de até R$ 1900,00. Se houver interdição de rodovias a PRF está autorizada a agir com rigor para desimpedir as vias.