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Alckmin apresenta suas ideias de governo para empresários mineiros no Conexão Empresarial

O discurso que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai usar na sua candidatura à presidência da República pelo PSDB começa a ser construído e tem encontrado respaldo junto ao empresariado. No almoço-palestra do Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação, no Espaço Conexão, ontem, em Nova Lima, Geraldo Alckmin falou da necessidade do próximo presidente da República realizar as reformas no início do seu mandato, aproveitando o respaldo dos milhões de votos com que terá chegado ao Palácio do Planalto. Se as reformas estruturantes não forem feitas no primeiro ano, esse será um problema para o próximo presidente. A reforma política é uma das prioridades, segundo Alckmin, que também foi questionado sobre a falta de credibilidade dos políticos, da falência do sistema político e do que é o “novo” na política. Para Alckmin é preciso ficar claro o que as pessoas pensam sobre o que é o novo. É a idade? É ter 30 ou 60 anos? É ter experiência na gestão pública ou não ter experiência? Atualmente, segundo ele, há um descrédito generalizado em relação a tudo e o humor do brasileiro só irá mudar com a melhora da economia. Além disse que a internet é um fenômeno novo, que tem que ser melhor entendido. De qualquer forma Alckmin acredita que o povo erra menos do que as elites.

 

No final do encontro com os empresários, Alckmin falou da sua admiração pelo senador mineiro Antonio Anastasia, e foi questionado se existe a possibilidade da formação da chapa Alckmin/Anastasia. Sem querer pressionar o senador mineiro, que tem deixado clara a sua pretensão de continuar ocupando a sua vaga no Senado, Alckmin disse que ainda tem muito tempo para discutir a composição da chapa. Mas deixa claro que em Minas Gerais ele não ficará sem um palanque. Para ele, o PSDB terá candidatura própria e tem nomes para entrar na disputa. Em entrevista para este blog, Alckmin fala das suas expectativas e de como vai se apresentar para o eleitor, no momento em que praticamente toda a classe política está desacreditada.

 

Sábado o senhor será oficializado como o nome do partido na disputa à presidência da República. O senhor está negociando o nome do vice com alguns nomes como Henrique Meirelles e Antonio Anastasia?

 

O candidato à vice é mais para frente, porque primeiro tem que iniciar o processo dos partidos. Existe uma fragmentação muito grande de partidos e isso vai afunilar. Acho que vamos ter mais para frente menos candidatos e aí é que vem essa questão do vice. Em relação ao Henrique Meirelles, não houve nenhuma conversa, absolutamente nada em relação a isso. O nosso queridíssimo Anastasia é uma das maiores lideranças do Brasil e de Minas Gerais. Ele fez um grande governo aqui em Minas, mas essa questão de vice é mais para frente, não é para agora.

 

O senhor corre o risco de ficar sem palanque em Minas e o PSDB enfrenta dificuldade em encontrar um nome forte como o de Anastasia. Como o senhor vai trabalhar essa questão?

O PSDB, certamente, terá candidato a governador em Minas Gerais. O candidato natural é o senador Antonio Anastasia. A decisão não é agora, é mais para frente.

 

Com esse descrédito da classe política, está difícil encontrar bons candidatos, convencer os que tem chances de se candidatar?

Eu acredito que nós já passamos pelo pior da recessão econômica. Nós já iniciamos o processo de retomada da economia. A dúvida é que essa retomada não pode ser cíclica: começa a cair e tem uma hora que começa a subir. É o chamado voo de galinha. Ela precisa ser uma retomada sustentável, estruturante e o Brasil precisa deixar de ser um país tão caro. O Brasil perdeu competitividade, é um país muito caro. É preciso ter uma agenda de competitividade, com rigor na questão fiscal. A questão fiscal no Brasil é muito frouxa, é preciso ter mais rigor na questão fiscal. A política monetária, os juros realmente caíram, mas é preciso cair na ponta, no tomador final, não apenas a Selic, câmbio competitivo, mas a tendência, se tivermos austeridade fiscal, é de recuperação econômica.

 

A credibilidade do país também está abalada com as denúncias de corrupção. Como retomar a credibilidade?

Acho que nós estamos mudando de patamar. É inegável que o Brasil tinha, não só o Brasil, mas vários países tinham impunidade para o chamado crime do colarinho branco. O Brasil mudou de patamar e é hoje um exemplo para o mundo, em termos de apuração, de investigação. A política é essencial na vida do país. Não adianta você ser eficiente na agricultura, na indústria e no comércio se a macroeconomia no país não é boa.

 

O PSDB também passa por um processo muito difícil e é atualmente um dos partidos mais rejeitados pela população. Como reverter essa situação?

Todos os partidos estão enfraquecidos. Todos. Em 35 partidos políticos, é óbvio que não tem partido. Os partidos estão muito fragilizados e acho que vai preponderar muito a pessoa, a proposta, quem acompanha. Acho que esse é o bom caminho. Estou otimista. O que o brasileiro quer? Ele está cheio de brigaiada política. Ele quer um governo que funcione, que diminua gasto, que diminua o ônus das costas do trabalhador devido a um estado ineficiente, um governo que estimule a atividade empreendedora, uma agenda de competitividade, que tenha inserção na economia mundial, que gere emprego, melhore a renda da população. Acho que é perfeitamente possível. O Brasil é um país vocacionado para o crescimento.

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem dado algumas declarações elogiando alguns nomes para a disputa à presidência. Ele tem atrapalhado a sua candidatura?

Não, de jeito nenhum. Aliás, Fernando Henrique respondeu em um artigo muito bom no Estado de São Paulo e no Globo sobre isso. Tem muito “fake news”, muita notícia que não tem procedência. Fernando Henrique é um dos maiores entusiastas da nossa candidatura, tem uma larga experiência e vai ajudar muito. Ele trouxe para dirigir e para coordenar o programa da área econômica o Pérsio Arida, que era do time do Real, e um dos grandes economistas brasileiros.

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