As eleições municipais foram o tema da palestra do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo (foto/Tião Mourão), no Conexão Empresarial Anual Araxá 2024. Ele lembrou da sua passagem pelo Grande Hotel, em 2002, no primeiro governo Lula, quando o PSDB elegeu seis governadores, que se reuniram para discutir como seria a atuação dos que faziam oposição ao petista. Ele lembra que o partido disputou todas as eleições para presidente, menos a de 2022. Mas o fato, na sua opinião, é que o PSDB contribuiu muito para o país. Foi uma administração de muitas entregas, segundo ele. Marconi Perillo assumiu a presidência nacional da legenda há pouco tempo e desde então, percorreu 21 estados para conhecer a radiografia do país e do partido. “E, ao contrário do que muita gente supunha, o PSDB não morreu. Está desidratado”. Para ele, ganhar as eleições é muito importante, “porque a gente materializa sonhos, esperanças, transforma projetos em realidade, mas perder, também é importante, até para que a gente fique mais humilde um pouco.” Marconi Perillo disse que o partido quer trabalhar nas eleições municipais com alguns projetos adotados nos governos tucanos, como o de capacitação profissional e garantir competitividade ao país. Ele lembra dos recursos disponibilizados pelos Estados Unidos e a União Europeia, depois da pandemia, para a recuperação das empresas afetadas pela crise sanitária.
No Brasil, não havia dinheiro suficiente para arcar com os prejuízos. Agora, segundo Perillo temos a tragédia no Rio Grande do Sul, onde o tucano Eduardo Leite, “uma pessoa extraordinária, está na busca das soluções. Mas é uma catástrofe, vai exigir algumas dezenas de milhões e é sempre tudo muito difícil aqui no Brasil.” Para ele, é preciso investir no trabalho e na atividade produtiva. A polarização política deixou a classe média, muito desiludida no mundo inteiro e “é um sentimento cada vez mais aguçado, mais aflorado de extremismo, e no Brasil não é diferente. A gente tem hoje uma polarização forte e, na minha opinião, não há outro remédio, não há outra alternativa que não seja a gente fazer uma profunda reforma política, começando pelo voto distrital misto. Porque também hoje se elege por uma igreja, se elege por um sindicato e só tem compromisso com aquilo. Ele não tem compromisso com o conjunto da população. Se você tem um voto distrital, mesmo que seja misto, as pessoas vão se responsabilizar pelo conjunto da região que o elegeu, por todas as pessoas e não apenas por um segmento.”